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Ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol gasta quase 2 milhões de reais para evitar sua prisão nos Estados Unidos

Marin está preso em Zurique desde o dia 27 de maio, acusado de envolvimento em um esquema de corrupção relacionado a direitos de transmissão e marketing de competições (Foto: Tomaz Silva/ABr)

O ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin, 83 anos, preso na Suíça há 35 dias acusado de envolvimento em esquemas de corrupção, já gastou 1,9 milhão de reais em sua defesa, que tem como prioridade evitar que ele tenha de ficar em um presídio norte-americano. Aproximadamente metade do dinheiro foi gasto na Suíça na tentativa de evitar que ele seja extraditado para os Estados Unidos.

A Justiça norte-americana tem até sexta-feira (03) para apresentar o pedido de extradição de Marin e de outros seis dirigentes do futebol mundial que estão detidos em prisão próxima a Zurique. Os advogados tentarão, de início, evitar sua transferência, mas já têm cartas na manga para o caso de derrota.

Dois escritórios contratados pela família e amigos do dirigente – por quase 1 milhão de reais – já estudam firmar um acordo com o governo norte-americano, no qual ele se colocaria à disposição da Justiça e pagaria indenizações ao país. Os advogados admitem, inclusive, que Marin abra o seu sigilo bancário e pague ao Executivo dos EUA as multas correspondentes aos crimes pelos quais é acusado.

O acordo desenhado pela defesa do dirigente não prevê a confissão da culpa, nem mesmo uma espécie de delação premiada. Marin descarta repassar informações ao Judiciário norte-americano sobre o caso.
A ideia da defesa do cartola é que, caso a extradição prospere, o acordo permita que ele não fique nos presídios de Nova York. Por causa de sua idade, a proposta da defesa é que ele tenha liberdade condicional.

Se o acordo for firmado, Marin ficaria em liberdade, mas com restrições de locais onde poderia transitar. Em uma primeira etapa, ele precisaria usar tornozeleira eletrônica e, depois, poderia ficar apenas no Estado de Nova York, onde tramita o processo. Mais à frente, o raio de restrição poderia ser expandido para todo o país.

Apartamento

A defesa do cartola entende que, se houver a extradição, a melhor opção é propor esse acordo. Caso ele vá para os EUA, a ideia é pedir, inclusive, que Marin possa responder ao processo em prisão domiciliar. Ele tem um apartamento em Nova York.

Na hipótese de barrar a extradição, a estratégia será entrar com recurso na Justiça suíça para que Marin fique no país europeu enquanto responde ao processo nos EUA. A defesa já ouviu de autoridades norte-americanas que o processo de extradição está sendo elaborado e será enviado à Suíça até quinta-feira (02). A partir de então, a Justiça suíça pode demorar até seis meses para avaliar o pedido. (Bernardo Itri/Folhapress)

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