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Ex-presidente Lula diz ser alvo de “pacto diabólico” na Operação Lava-Jato

Lula é acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato. (Foto: José Cruz/ABr)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou os responsáveis pela Operação Lava-Jato de comprometimento político e ideológico. Ao discursar durante ato programado em sua defesa, na noite desta quinta-feira (10), Lula se disse alvo de “um pacto diabólico”. O ex-presidente afirmou que os agentes públicos responsáveis pela operação “mexeram com a pessoa errada” e “fazem mal ao Ministério Público, que tem muita gente séria”.

Também fazem mal, completou Lula, “a uma instituição chamada Polícia Federal, que foi criada para defender o Estado brasileiro e para investigar, e não para permitir que delegados comprometidos ideologicamente e politicamente com determinados partidos venham fazer falsas acusações”.

Após ouvir um manifesto assinado pelos cantores Gilberto Gil e Chico Buarque, entre outros, Lula declarou: “Não me sinto confortável participando de um ato em minha defesa. Eu me sentiria confortável participando de um ato de acusação à força-tarefa da Lava-Jato, que está mentindo para a sociedade brasileira”.

Cercado por petistas e dirigentes de movimentos de esquerda, Lula disse também que gostaria de estar “acusando o comportamento perverso dos meios de comunicação, que mentem descaradamente”. “Não tenho problema em prestar quantos depoimentos forem necessários. Tenho preocupação é quando vejo um pacto quase diabólico entre a mídia, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo.”

No discurso, Lula chamou o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto de companheiro. O ex-presidente disse que Vaccari, hoje preso pela Lava-Jato, foi inocentado após oito anos de exposição pelo Ministério Público de São Paulo.

Lula ainda comparou a atuação da imprensa na Lava-Jato com o caso da Escola Base, cujos proprietários foram injustamente acusados de abusar sexualmente dos alunos. O ex-presidente disse que os responsáveis pela Lava-Jato “estão acostumados a lidar com políticos que têm medo deles, mas esse não é seu caso. Não tenho que provar minha inocência, eles é que têm que provar a inocência deles na acusação”. (Folhapress)

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