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Ex-presidentes da CBF podem ser beneficiados com decisão de caso da Fifa na Justiça americana

Entidade oficializou em congresso realizado em 2017 os vencedores da Copa Intercontinental como campeões do mundo. (Foto: Reprodução)

Um juiz federal dos Estados Unidos anulou as condenações de Hernán López e Full Play no caso Fifa, argumentando que a Lei de fraude eletrônica usada pelo Departamento de Justiça no caso, “não se aplica a esquemas de suborno comercial estrangeiro”. A decisão pode ter grande impacto para brasileiros como Jose Maria Marin, que foi condenado com base na mesma Lei, e também para os que nunca foram extraditados, como Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero.

A informação, que saiu no “New York Times”, foi divulgada na coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Outros desdobramentos também podem acontecer para a família de J. Hawilla, que confessou uma série de crimes e concordou em colaborar com as autoridades, pagando de uma multa de US$ 151 milhões. Em 2018, quando morreu, a Justiça dos Estados Unidos declarou que o acordo seria impossível de ser cumprido e devolveu parte dos valores. Agora, com esta decisão, pode ter que devolver tudo.

Relembre o caso:

Em 2020, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin ganhou o direito à liberdade por conta da idade avançada e do risco de ser contaminado pelo coronavírus na prisão de Nova York em que cumpria pena de quatro anos por integrar organização criminosa, cometer fraude bancária e lavar dinheiro. O ex-dirigente foi preso em 2015 em um hotel na Suíça e acabou extraditado para os Estados Unidos, onde respondeu pelos crimes imputados a ele no escândalo de corrupção na Fifa, conhecido como “Fifagate”. A condenação havia sido anunciada em 2017.

No caso de Ricardo Teixeira, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) acusou o ex-presidente da CBF, de ter recebido subornos para votar no Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. A acusação estava num novo indiciamento do “Caso Fifa”, a maior investigação da história sobre corrupção no futebol. O valor da propina não foi divulgado na época. Foi a primeira vez que a justiça norte-americana acusou dirigentes nominalmente de terem recebido suborno nas votações para eleger as sedes da Copa do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. A denúncia, no entanto, não citou a origem das propinas. A defesa de Ricardo Teixeira negou as acusações.

Já o ex-presidente da CBF Marco Polo del Nero teve o seu recurso acolhido em parte pelo Tribunal Arbitral do Esporte em 2021. Em decisão, o dirigente teve a pena reduzida para 20 anos de suspensão. Em 2018, a Fifa baniu Del Nero do futebol de forma vitalícia por violar os artigos 21 (suborno e corrupção), 20 (oferecer ou aceitar presentes ou outros benefícios), 19 (conflitos de interesse), 15 (lealdade) e 13 (regras gerais de conduta) do Código de Ética da entidade. Ele já estava suspenso preventivamente desde dezembro de 2017, data de início da pena. Assim, com a nova decisão, ele poderia voltar ao futebol em dezembro de 2037, quando terá 96 anos.

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