A PF (Polícia Federal) indiciou o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) por quatro atos de corrupção e o empresário Ronan Maria Pinto por lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato. A informação foi confirmada na manhã desta terça-feira (03).
Ambos estavam presos na carceragem da PF em Curitiba (PR) e foram levados para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais (PR). O nome de Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O ex-senador foi preso durante a 28ª fase da Lava-Jato.
O MPF (Ministério Público Federal) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava-Jato. Os recursos foram enviados a partidos indicados por Argello – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação “União e Força”, pela qual Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
Já o empresário Ronan é dono do jornal Diário do Grande ABC e foi preso na 27ª etapa da Lava-Jato, em abril. Ele é suspeito de ter recebido R$ 6 milhões do empréstimo fraudulento realizado entre o pecuarista José Carlos Bumlai – também preso pela Lava-Jato – e o Banco Schahin.
De acordo com o Ministério Público Federal, o empréstimo foi pago por meio da contratação fraudulenta do grupo Schahin como operador do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão.
A assessoria de imprensa de Ronan informou que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades de forma a esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da Operação Lava-Jato, assim como a citação indevida de seu nome. (AG)
