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Ex-tesoureiro do PT pede ao juiz Sérgio Moro para ser interrogado de novo

Ferreira foi deputado pelo PT-RS de 2012 a 2014. (Foto: Reprodução)

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira pediu que o juiz federal Sérgio Moro volta a interrogá-lo em ação penal no âmbito da Operação Lava-Jato. Na solicitação da nova audiência, a defesa mencionou o artigo 196 do Código de Processo Penal brasileiro.

Principal responsável pelos processos da força-tarefa na primeira instância, Moro concordou com a reivindicação, agendando a oitiva para o dia 19 de julho, às 14h. Ele impôs, no entanto, uma condição.

“A presente ação penal está tendo o seu encerramento prolongado por sucessivos pedidos de novos interrogatórios, o que não é muito adequado. De todo o modo, a bem da ampla defesa, defiro excepcionalmente o requerido, advertindo porém que esta será a última oitiva. Caso algum outro acusado pretenda ser interrogado, deverá comparecer na referida data e horário. Fica a defesa de Paulo Ferreira encarregada de apresentar seu cliente.”

Ferreira foi preso no dia 24 de junho do ano passado pela Operação Abismo, 31ª fase da Lava-Jato. Neste caso, além do ex-tesoureiro, outros 13 investigados são réus. O petista é acusado do recebimento de propinas nas obras do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello).

Ele foi solto seis meses depois, após admitir, em depoimento ao próprio Moro, o envolvimento em ilícitos em campanhas eleitorais. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio”, declarou ele, na ocasião. Moro perguntou. “Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?” “Exatamente”, admitiu Ferreira.

Trata-se do terceiro ex-tesoureiro da legenda implicado na Lava Jato. Antes dele, caíram na malha-fina da investigação João Vaccari Neto e Delúbio Soares.

Ex-deputado pelo RS

Ferreira teria participado do processo de contratação da empresa de informática Consist, cuja parceria com o Ministério do Planajamento para gestão de empréstimos consignados concedidos a servidores públicos foi alvo de investigação. O esquema teria desviado 100 milhões de reais.

O currículo do ex-tesoureiro inclui a atuação como deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul no período de 2012 a 2014 e também atuou como assessor parlamentar na Câmara. Outro fato de destaque em sua trajetória é o fato de ser casado com a ex-ministra Tereza Campello.

A operação Abismo, no âmbito da qual ele foi preso pela Polícia Federal, concentrou seu foco em crimes como organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de contratos da Petrobras, em especial do contrato celebrado pelo consórcio Novo Cenpes para a construção de uma unidade do centro de pesquisas da estatal, no Rio de Janeiro.

Esse esquema envolveu 39 milhões de reais em pagamentos de propina para empresas participantes da disputa, diretoria de Serviços da Petrobras e também para o PT, segundo as investigações.

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