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Ex-vice-presidente da Caixa teve de assinar uma carta de demissão em três vias, ao assumir o cargo, que seriam usadas caso ele não atendesse aos interesses de Eduardo Cunha

Fábio Cleto, um dos delatores da Operação Lava-Jato, disse que Eduardo Cunha recebia 80% da propina arrecadada. (Foto: Reprodução)

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, um dos delatores da Operação Lava-Jato, foi obrigado a assinar uma carta de renúncia, que seria apresentada caso ele não atendesse aos pedidos de repasse de propina a Eduardo Cunha.

A carta foi apresentada por um sócio do doleiro Lúcio Funaro, preso na Operação Sépsis. A carta de renúncia tinha três vias. “As três vias, que ficaram com Alexandre Margotto [sócio de Funaro], eram uma espécie de ‘garantia’: caso qualquer solicitação não fosse acatada por Cleto, Funaro apresentaria a carta, levando à renúncia do cargo e à indicação de outra pessoa”, disse Janot.

Em depoimento de delação premiada, Fábio Cleto afirmou que o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebia 80% da propina arrecadada entre empresas interessadas na liberação de verbas do FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

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