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Excesso de informações sobre o coronavírus na saúde mental de idosos é tema de estudo no Rio Grande do Sul

Segundo os pesquisadores, é preciso que as informações não causem pânico em quem está na terceira idade. (Foto: Reprodução)

Pesquisadores da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) participam de um estudo que tenta descobrir como o excesso de informações sobre a Covid-19 impacta na saúde mental dos idosos. Serão analisados os dados de 3.330 entrevistados, sendo 390 de Porto Alegre.

O questionário pode ser respondido por pessoas que tenham mais de 60 anos e morem na Capital. “Trata-se de uma pesquisa em que os idosos vão responder a instrumentos validados no Brasil sobre estresse e depressão”, afirma o professor Alexandre Fávero Bulgarelli, um dos coordenadores do estudo.

Os idosos fazem parte de um dos grupos de risco do coronavírus, no entanto, segundo os pesquisadores, é preciso que as informações não causem pânico em quem está na terceira idade.

“Não temos ainda informações sobre como eles têm acesso a tais notícias, teremos após a pesquisa, mas, talvez, o impacto das notícias no grupo seja maior, pois temos muitas reportagens sobre morte de idosos, muitos idosos em instituições de longa permanência contaminados, além de algumas pessoas divulgarem que, caso tenha que haver escolhas, provavelmente, os mais jovens seriam escolhidos para os tratamentos, uso de respiradores, etc. O que se vê atualmente, contudo, é que muitos jovens estão sendo contaminados e muitos idosos têm se recuperado, e isto deve ser levado em consideração”, explica a professora Maira Rozenfeld Olchik.

A pesquisa é coordenada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). Estão sendo entrevistados idosos em Divinópolis e Viçosa (Minas Gerais), em Porto Alegre (RS), no Rio de Janeiro e Niterói (RJ), em São Paulo e Ribeirão Preto (SP), e em Brasília (DF).

Estão previstas também coletas de dados fora do Brasil, como em Portugal (Lisboa), Espanha (Madri e Barcelona), Itália (Roma) e Chile (Concepción).

A proposta geral é analisar a relação entre a quantidade massiva de informações sobre o coronavírus e as repercussões na saúde mental. O estudo apura também como é o acesso do público às informações que são transmitidas por televisão, rádio, sites da internet e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.

É preciso ter equilíbrio

Uma sugestão das professoras Maira e Adriane é que os idosos procurem se informar de forma equilibrada. Outra dica das profissionais é buscar boas atividades para este período de distanciamento social: ver bons filmes, ler livros, ouvir música, e manter contato, à distância, com os amigos e familiares.

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