Ícone do site Jornal O Sul

Exclusivo: Brasileira relata que viu o início das chamas na Catedral de Notre-Dame, em Paris

Catedral de Notre-Dame em chamas. Mariana Camargo Delaby)

A advogada Mariana Camargo Delaby presenciou uma situação que jamais poderia imaginar em seus quatro anos vivendo na França. Na tarde desta segunda-feira (15), ela viu a torre da Catedral de Notre-Dame, em Paris, pegar fogo, antes mesmo dos bombeiros chegarem ao local.

Mariana se mobilizou e, durante esta noite, decidiu ajudar como podia: com lanches aos trabalhadores. Ela está fazendo sanduíches e levando aos bombeiros e policias que atuam para conter as chamas. Nas ruas do entorno, a advogada registrou outro tipo de iniciativa: grupos entoam orações e cânticos, em uma tentativa de contribuir por meio da fé, para amenizar a tragédia.

O começo do fogo

Mariana relata como percebeu que o incêndio havia começado e descreve a reação da população no entorno. “Eu estava dentro de um Uber, voltando para a minha casa e passando por uma ponte que tem a vista para a parte de trás de Notre-Dame. Nisso, o motorista fala ‘nossa, olha, está pegando fogo'”, relembra Mariana. Com o carro parado no local, a advogada conta que ela, o motorista do aplicativo e algumas poucas pessoas, tentavam se aproximar mais, para entender o que estava acontecendo.

No momento em que eles viram as chamas, ainda era apenas um foco no meio do telhado, conforme o relato da advogada. Já aproximadamente 10 minutos após, quando começaram os barulhos de sirenes de bombeiros e polícia, que demoraram em função de obras na via, as proporções haviam aumentado. “A polícia estava tendo dificuldade, e os bombeiros também, de chegar. Eles chegaram e, nisso,já estava uma mega fumaça amarela que estava consumindo toda a flecha, que é a parte de metal, que é a parte mais simbólica, que caiu. E uma fumaça amarela e muito, muito fogo. Foi aumentando”, descreve ela.

Por ter visto o início dos trabalhos, Mariana relatou as dificuldades das equipes em controlarem as chamas. “Os bombeiros eram incapazes de fazer muita coisa, porque eles não conseguiam chegar alto, a água que eles tinham não era forte o suficiente”, conta. Passadas algumas horas sem que as equipes consigam conter o fogo, ela detalha o clima no local. “Tá muito difícil de ver isso que está acontecendo. Tá todo mundo chocado, muita gente chorando, muita gente que não acredita, que fala ‘isso é um pesadelo, não pode ser verdade'”, e conclui: “Que amanhã seja um dia diferente”.

 

Sair da versão mobile