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Exonerações no governo federal atingem o Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, e Lula refaz sua base aliada

Articulação política liga a parlamentares em busca de apoio a matérias econômicas, mas deputados cobram emendas. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Depois de retirar indicações do PP, PL, MDB e PSD, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou, na terça-feira (14), nomes ligados ao Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A legenda é acusada pelo Planalto de participar da articulação que levou à derrota da medida provisória (MP) que previa aumento de impostos, votada na semana passada no Congresso Nacional.

Entre os exonerados está Marcus Vinicius Cutrim Cardoso, que ocupava o cargo de diretor do Departamento de Obras Hídricas e Apoio a Estudos Sobre Segurança Hídrica da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica, vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Ele havia sido indicado pelo ex-deputado federal Gil Cutrim (Republicanos-MA), que atualmente atua como diretor da Área de Governança e Sustentabilidade da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

Outro nome retirado da estrutura do governo foi Marcos Vander Costa da Cunha, que exercia cargo comissionado como coordenador estadual em Sergipe do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), também ligado ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. Segundo apuração da coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Cunha foi indicado pelo deputado federal Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE).

Com a derrota da MP e o esvaziamento de sua base, o governo intensificou os esforços para recompor apoios no Congresso. De acordo com relatos, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), entrou em contato com parlamentares do União Brasil pedindo que o partido mantenha os votos alinhados ao Palácio do Planalto em temas econômicos. Segundo os parlamentares, o apoio poderá continuar desde que as propostas não envolvam aumento de tributos, como no caso da MP que foi rejeitada.

Embora União Brasil e PP tenham anunciado publicamente o afastamento da base do governo, ambos ainda mantêm aliados ocupando cargos na administração federal. A gestão do presidente Lula avalia endurecer a relação com esses partidos, especialmente após ter ficado sem os recursos previstos na medida provisória derrotada. O governo vinha contando com a aprovação do texto para garantir arrecadação adicional ainda em 2025.

A exoneração de nomes ligados ao Republicanos ocorre dentro desse contexto mais amplo de revisão política e busca por maior controle da base aliada. A avaliação dentro do Executivo é que as recentes movimentações refletem uma tentativa de retomar a articulação e evitar novas derrotas no Congresso em votações de interesse da equipe econômica. (Com informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo)

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