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Exportações do Rio Grande do Sul acumulam leve alta de 0,3% entre janeiro e setembro

China foi o principal destino das vendas externas gaúchas, com 21% do total. (Foto: Arquivo/O Sul)

Relatório oficial divulgado nessa quinta-feira (6) apontam um leve alta de 0,3% nas exportações do Rio Grande do Sul no acumulado de janeiro a setembro, frente a igual período no ano passado. Conforme o governo gaúcho, o desempenho positivo foi possível graças à elevação de 12% entre janeiro e março, contribuindo para compensar as retrações de 5,2% e 3,3% no segundo e terceiro trimestres, respectivamente, na mesma base comparativa.

Em valor total, as vendas externas do Estado totalizaram US$ 15,4 bilhões nesses nove meses. O desempenho reflete a combinação de fatores climáticos (como a estiagem que reduziu a produção agrícola) e externos (o “tarifaço” importo pelos Estados Unidos, por exemplo), afetando o fluxo global de mercadorias.

Os cinco principais setores exportadores da economia gaúcha foram o complexo soja (US$ 3,5 bilhões), fumo e seus produtos (US$ 2,1 bilhões), carnes (US$ 1,9 bilhão), produtos florestais (US$ 889,5 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 886,5 milhões).

Os principais destinos das exportações do Estado foram China (21%), União Europeia (12,7%), Estados Unidos (8,8%), Argentina (7,2%), Vietnã (3,6%), Chile (2,7%), Paraguai (2,7%) e Uruguai (2,7%), que juntos responderam por 61,4% do total exportado no período.

Dentre os mercados que mais cresceram, destacaram-se as vendas para a Argentina (US$ 348,5 milhões; +45,7%), Indonésia (US$ 264,1 milhões; +186,6%) e Singapura (US$ 107,8 milhões; +69,8%). Em contrapartida, as maiores retrações ocorreram nas exportações destinadas à China (-US$ 505,7 milhões; -13,5%), Coreia do Sul (-US$ 212,3 milhões; -41,2%) e Irã (-US$ 201,3 milhões; -61,7%).

A política tarifária norte-americana, intensificada em julho de 2025 pelo presidente Donald Trump, com a elevação de tarifas de importação, afetou diretamente a competitividade de produtos brasileiros — especialmente do Rio Grande do Sul — no mercado dos Estados Unidos. O estudo do DEE aponta que o ambiente global continua instável, com efeitos prolongados da guerra comercial e sem previsibilidade quanto à duração das medidas.

As informações fazem parte do Boletim de Exportações, elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). O estudo, de autoria do analista pesquisador em Relações Internacionais do DEE, Ricardo Leães, utiliza informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Análise setorial

Dentre os setores que apresentaram crescimento, destacam-se fumo e seus produtos (+23%), carnes (+16,9%) e veículos rodoviários (+40,3%). As exportações de fumo não manufaturado aumentaram 23,5%, enquanto as vendas de carne bovina subiram 94,5% e as de carne suína 27,7%, compensando parcialmente o recuo da carne de frango.

Os cinco principais grupos exportadores entre julho e setembro de 2025 foram o complexo soja (US$ 1,9 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 900,5 milhões), carnes (US$ 683,3 milhões), veículos rodoviários (US$ 354,6 milhões) e produtos florestais (US$ 256,9 milhões).

No terceiro trimestre, o total exportado pelo Estado somou US$ 6,0 bilhões, valor 3,3% menor que o registrado no mesmo período de 2024. A redução foi influenciada principalmente pela retração do complexo soja, cujas vendas externas caíram 12,8% (-US$ 279,7 milhões). O resultado reflete a menor safra de 2025, afetada pela estiagem, o que reduziu a oferta de grãos e derivados industriais. O recuo foi de 11,7% nas exportações de soja em grão, 15,3% em farelo de soja e 24,4% em óleo de soja. Também contribuíram para a queda os segmentos de máquinas e equipamentos industriais (-42,4%) e produtos florestais (-23,7%).

(Marcello Campos)

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