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Fábrica de ônibus de Erechim demite mais de 800 funcionários

Trabalhadores foram dispensados após três dias de licença. (Foto: Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim/Divulgação)

A indústria Comil, que fabrica ônibus, em Erechim, no Norte do Estado, demitiu 850 dos 1,8 mil funcionários nessa quinta-feira (1º) . Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, a empresa justificou as dispensas em razão da crise econômica pela qual passa o País.

O presidente do sindicato, Fábio Adamczuk, denuncia que a medida ocorreu após uma negociação com os trabalhadores que terminou sendo ignorada pela empresa que  ainda desrespeitou o compromisso que havia assumido no Termo de Ajuste de Conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho em junho deste ano – no qual ficou acertado que a empresa não poderia fazer demissões coletivas sem negociação com o sindicato.

“As demissões ocorreram na manhã desta quinta-feira, quando os trabalhadores do turno do dia voltaram ao trabalho depois de uma licença remunerada de três dias. Antes da entrada para o trabalho, na rua em frente à fábrica, os dirigentes do sindicato informaram sobre a proposta que havia sido encaminhada pela empresa: pagamento das rescisões em 24 vezes, com parcelas de, no mínimo, um salário mínimo por mês. Ficou estabelecido que os dirigentes conversariam com os trabalhadores em todos os setores para organizar um assembleia geral para debater e deliberar sobre a proposta.  No entanto, logo depois que registraram o ponto, os trabalhadores foram separados em dois grupos e a um deles foi comunicado que estariam demitidos”, relatou.

Em seguida, todos foram dispensados. “Entendemos que a empresa simulou a negociação das demissões coletivas, o sindicato não havia dado um parecer sobre a proposta porque não havia submetido à avaliação dos trabalhadores. Entendemos também que a empresa dificultou o acesso do sindicato aos trabalhadores dispensando-os durante os três dias em que a suposta negociação aconteceu”, acrescentou Adamczuk. Ele destacou ainda que “em nenhum momento a direção do sindicato toma decisões sem consultar os trabalhadores e que isso seria feito a partir da volta ao trabalho”.

A empresa foi contatada pela reportagem, mas não deu retorno.

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