O que tem por trás da produção de uma cerveja? E se, dentro de um grupo, existirem 15 marcas diferentes de alcoólicos acopladas? É assim que funciona com a Heineken, que em 2017 aderiu ao seu portfólio algumas das cervejas mais vendidas no Rio Grande do Sul e no Brasil. A fábrica do grupo, localizada em Igrejinha, ao Norte do Estado, é responsável pela produção de mais de 30 milhões de litros de cerveja por mês. Toda essa fabricação se torna ainda mais significativa nos últimos meses do ano, já que, em outubro, a cidade recebe a festa mais popular da região: a Oktoberfest de Igrejinha.
A Heineken, de origem alemã, é considerada a segunda maior cervejaria do Brasil e está espalhada por 70 países. No Rio Grande do Sul sua popularidade é muito forte no Norte, pois a Região conta com um número considerável de cidades que mantém viva a cultura alemã. No período de Oktoberfest, são produzidos para a festa 170 mil litros de chope Schin e 10 mil litros de chope Eisenbahn. Todo esse processo de fabricação ocorre com antecedência, já que o processo demora entre 13 e 14 dias.
Como é feita a cerveja
A fábrica Heineken de Igrejinha, localizada na Rodovia RS 115, realiza seu trabalho de forma sustentável para gerar consumo responsável. A empresa faz captação da água, diretamente do rio Paranhana, para tratá-la em em departamento específico e depois devolver para o rio. Para a produção da cerveja, chope e refrigerante, a água é aproveitada de sete poços artesianos da cidade.
O primeiro passo para iniciar essa produção é o cozimento do malte, trazido do Paraná. O produto fica em cozimento a vapor durante seis horas em duas caldeiras. Depois da primeira etapa, o malte vira um tipo de farinha, que vai para o silo, onde é feita a fermentação durante sete dias junto ao lúpulo, importado da Alemanha. Logo após, vai para a maturação, mais 12 dias de processo (malte > malte moído > lúpulo > xarope maltoso). Por último é feito a filtragem, quando a cerveja começa a ganhar o sabor ideal para consumo.
O mestre cervejeiro da unidade de Igrejinha, André Nunes Ferraz, explica a importância da etapa de filtração da cerveja: “É nessa etapa que tiramos a levedura que ainda está lá e onde são feitas as devidas correções para a cerveja ficar com as especificações do produto final”. Ele também explica que dependendo da levedura é que vai resultar no tipo de cerveja diferente. “Geralmente com a alta fermentação, a cerveja tem um gosto intenso e mais frutado, um teor de álcool maior. Quando tiver baixa fermentação acontece o contrário. resulta em cerveja mais suaves, no caso da pilsen”, acrescenta Ferraz.
A validade de um cerveja é de seis meses e para o chope é entre 20 e 30 dias.
Estrutura da fábrica
(Crédito: Reprodução)
A fábrica Heineken de Igrejinha possui sete poços artesianos, duas caldeiras movidas a gás , 22 tanques chamados de “adega”, 9 silos, quatro linhas de envazamento e mais quatro laboratórios de análise. Nos últimos, são feitas análises desde a matéria prima até o produto final, ou seja, uma cerveja passa por pelo menos 850 pesquisas.
Nas linhas de envazamento é feito o engarrafamento e o enlatamento de cerveja, refrigerante e água de pet e 600ml. Em uma hora são engarrafados 10 mil litros de refrigerante e enlatados 90 mil litros de cerveja. É realizado um rodízio neste setor para preparar os lotes de produtos e sabores diferentes.
São 470 funcionários só na fábrica de Igrejinha. O horário de trabalho é dividido em três turnos, mantendo a produção 24 horas por dia.
Grupo Heineken
(Foto: Divulgação)
O Grupo HEINEKEN chegou ao Brasil em maio de 2010, após a aquisição da divisão de cerveja do Grupo FEMSA e, em 2017, adquiriu a Brasil Kirin Holding S.A (“Brasil Kirin”). O Grupo gera mais de 13 mil empregos e tem 15 fábricas localizadas em Alagoinhas (BA), Alexânia (GO), Araraquara (SP), Benevides (PA), Blumenau (SC), Campos de Jordão (SP), Caxias (MA), Igarassu (PE), Igrejinha (RS), Itu (SP), Jacareí (SP), Manaus (AM), Pacatuba (CE), Ponta Grossa (PR) e Recife (PE).
No Brasil, o portfólio de cervejas do Grupo HEINEKEN é composto por Heineken, Sol, Kaiser, Bavaria, Bavaria 0,0%, Xingu, Amstel, Kirin Ichiban, Schin, Schin 0,0%, No Grau, Devassa, Baden Baden, Eisenbahn e Glacial. O portfólio de não alcoólicos inclui refrigerantes, sucos, energético e água como Água Schin, Itubaína, K Energy Drink, Schin Tônica, Skinka e Viva Schin. (Marysol Cooper / O Sul)