Após ser preso em Atibaia, em São Paulo, na quinta-feira (18), Fabrício Queiroz passou a primeira noite em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. A TV Globo apurou que o ex-assessor, nas primeiras horas no presídio, estava nervoso, parecia constrangido e chorou muito.
Queiroz está em uma cela de seis metros quadrados e está isolado – como protocolo contra a Covid-19. O espaço tem um chuveiro, privada, pia e um local para repouso.
Como todos os presos, Queiroz tem direito a quatro refeições por dia.
Juiz determina Bangu
Na decisão que autorizou a prisão de Queiroz, o juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do RJ, determinou que o ex-assessor fosse encaminhado “para uma unidade prisional compatível com a sua segurança e o rigor da medida preventiva”.
Itabaiana preferiu o Complexo de Gericinó e vetou “em qualquer hipótese sua custódia no Batalhão Especial Prisional, o BEP”.
A TV Globo apurou que Queiroz tinha uma caderneta com anotações sobre pessoas que supostamente poderiam ajudá-lo caso fosse preso no Batalhão Especial Prisional.
“Muito doente”
Ao ser preso, Queiroz disse a agentes e a promotores que estava “muito doente”.
O ex-assessor também alegou estar com a saúde debilitada para não comparecer a interrogatórios no MP – Queiroz mandou uma defesa por escrito.
Para os promotores, porém, a vida de Queiroz na casa era “confortável e ativa”.
Fotografias e mensagens de texto anexadas ao pedido de prisão de Fabrício Queiroz mostram o ex-assessor em um churrasco no quintal.
“As fotografias e mensagens de texto demonstram que, apesar de alegar não poder depor por suposta indicação médica, o operador financeiro da organização criminosa levava uma vida confortável e ativa, aparentando estar bastante saudável, chegando a ingerir bebidas alcoólicas e comer churrasco com ‘amiguinhas’ de seu filho”, diz trecho.
Risco contra provas
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a prisão de Fabrício Queiroz por ter encontrado indícios de que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro continuava cometendo crimes.
Os investigadores acreditam que ele manipulava provas para atrapalhar investigações do esquema de “rachadinhas” – quando um servidor devolve parte do salário ao parlamentar – e pressionava testemunhas.
A TV Globo apurou que o MPRJ considerou ter reunido três condições para pedir a prisão de Queiroz: continuava delinquindo, estava fugindo e vinha manipulando provas para atrapalhar as investigações.
O ex-assessor estaria coordenando ações entre ex-servidores do gabinete para ocultar a condição dos funcionários fantasmas que eram contratados pelo Flávio e, muitas vezes, escolhidas por Queiroz.
Nesse acordo, segundo apurou a TV Globo, esses funcionários não trabalhavam, recebiam apenas uma parte do salário e o restante era desviado no esquema da “rachadinha”.
Os investigadores encontraram indícios de que Queiroz vinha tentando acessar esses ex-servidores para apagar os registros dessas irregularidades.
