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Falso médico atendeu pacientes em 11 unidades de saúde do Rio de Janeiro e chegou a cobrar por atestado

A Polícia Civil afirma que ele abriu uma conta bancária com o nome do verdadeiro médico, além de ter dado atestados de óbito e tratado cerca de 3 mil pacientes. (Foto: Reprodução)

O falso médico Itamberg Saldanha, que usava a identidade de um outro doutor, trabalhou em pelo menos 11 unidades de saúde. Berg, como era chamado, foi preso em flagrante na terça-feira, quando dava plantão na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A Polícia Civil afirma que ele abriu uma conta bancária com o nome do verdadeiro médico, além de ter dado atestados de óbito e tratado cerca de 3 mil pacientes. No condomínio onde mora, em Campo Gramde, ele chegou a cobrar de R$ 40 a R$ 60 por consultas rápidas.

“No condomínio é necessário o atestado pra utilização da piscina e como ele se apresentou como médico pra todo mundo, todos os moradores o conheciam como médico, ele acabou oferecendo esse atendimento para os atestados cobrando um valor por esses atestados e muitas pessoas fizeram acreditando que ele fosse um médico clínico geral”, disse um morador.

Em uma foto marcada no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, o falso médico escreve a um seguidor que tem uma vaga na Clínica da Família na Penha. Em 2019, o farsante trabalhou em uma Clínica da Família em Rio das Pedras e registrou o dia com os colegas.

Após a revelação do caso do farsante, empresas que contratam médicos passaram a cobrar documentação. Uma mensagem obtida pelo RJ1 mostra um pedido feito a funcionários da Mahatma Gandhi, que administra a upa de Realengo.

“Estamos precisando com urgência de alguns documentos dos médicos que prestam serviços para nossa clínica e indiretamente para Mahatma Gandhi pedimos desculpas até mas precisamos da cópia do seu diploma, CRM e da anuidade paga para anexar nos seus dados que já temos.”

Berg recebeu cerca de R$ 100 mil em salários. Desde janeiro, ele deve R$ 1.551 no cartão de crédito. Na delegacia, ele reconheceu que abandonou a faculdade de medicina no sexto período.

A investigação começou quando o verdadeiro médico Álvaro Pereira Carvalho registrou queixa na 12º DP (Copacabana) sobre o uso de seu nome e registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) indevidamente na UPA de Realengo.

A delegada que investiga o caso disse que uma equipe de investigadores foi até a UPA de Realengo e constatou a veracidade da queixa feita pelo verdadeiro Álvaro Carvalho.

“A pessoa que se passava pelo médico fez mais de três mil atendimentos. Ele chegou a assinar certidão de óbito, atestados médicos e a fornecer receitas médicas. Ele tomou a vacina utilizando-se do nome do médico. Esse médico teve dificuldade em se vacinar por causa disso”, disse a delegada. As informações são do portal de notícias G1.

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