Lula indicou oficialmente o seu advogado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a surpresa de ninguém. Mas a nova corrida por uma cadeira no Supremo já está nas ruas.
Como Rosa Weber se aposentará na última semana de setembro, faltam apenas 110 dias para que Lula anuncie o seu novo escolhido.
Alguns poucos nomes despontam nesta disputa. Ei-los:
Rodrigo Pacheco
O presidente do Congresso tem se movimentado nas últimas semanas fortemente. Ainda que tente manter a discrição que o seu jeito mineiro impõe, tem deixado pegadas pelo caminho. Já está trabalhando junto a aliados e a setores do Judiciário. É um nome forte.
Bruno Dantas
O presidente do TCU é um articulador habilidoso, tem o apoio (importante) de Cristiano Zanin, e, claro, de um grupo de políticos poderosos, como Renan Calheiros. Tem bom trânsito com Lula, embora, assim, como Pacheco, não seja alguém que tenha uma relação de confiança que era um dos trunfos de Zanin — embora, desta vez, nenhum dos favoritos tenha essa característica.
Luis Felipe Salomão
O ministro do STJ é o preferido de Alexandre de Moraes e é também um bom articulador. Não tem proximidade com Lula, no entanto.
Benedito Gonçalves
Lula demonstra bastante simpatia pelo ministro do STJ. Outro trunfo seria diversidade — o STF hoje é todo branco. Para escolhê-lo, contudo, Lula teria que passar por cima de um empecilho, a idade. Benedito tem 69 anos. Se escolhido assumiria a cadeira com quase 70 anos e teria parcos cinco anos no Supremo.
Lula terá que lidar também com uma poderosa pressão para escolher uma mulher para a vaga.
Mulher
A presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, afirmou que há um número “ínfimo” de mulheres na cúpula do Poder Judiciário e nos Tribunais Superiores. A fala ocorreu após o presidente Lula confirmar a indicação de Cristiano Zanin para ocupar uma vaga na Corte.
Zanin vai ocupar a vaga deixada pelo ex-ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou do STF em abril. Cabe ao Senado Federal aprovar ou não a indicação.
O advogado deverá passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Em seguida, os senadores votarão a indicação.
Parte dos aliados do petista, no entanto, criticam a indicação por não promover diversidade na Corte. Com a aprovação de Zanin, no campo de gênero, por exemplo, a Corte seguirá com somente duas mulheres – Rosa e Cármen Lúcia. Antes delas, também ocupou uma cadeira a ministra Ellen Gracie.
