A Precisa Medicamentos, representante da indiana Bharat Biotch no Brasil, que desenvolve a vacina contra a covid-19 Covaxin, vai pedir autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar os testes clínicos da fase 3 no Brasil. Caberá a um hospital coordenar os testes com os voluntários.
Na semana passada, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) assinou contrato com a Precisa Medicamentos de intermediação das suas associadas para a aquisição de 5 milhões de doses da Covaxin. Com isso, aproximadamente 300 clínicas associadas à ABCVAC poderão firmar acordos individuais com a representante da Bharat Biotech no Brasil para a compra de doses.
Para conseguir a aprovação da Anvisa para uso emergencial de alguma vacina, o laboratório precisa ter feito testes da fase 3 no Brasil — como foi o caso da CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e com a vacina ChAdOx1, da Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca (eu que, aqui, tem parceria com a Fiocruz).
A Covaxin é produzida na Índia pela Bharat Biotech e no dia 3 de janeiro, teve aprovado seu uso emergencial. No mesmo dia, a ABCVAC informou que começou a negociar com o laboratório indiano a compra das 5 milhões de doses para clínicas particulares vinculadas à associação.
Em uma transmissão em uma rede social, ao se referir a vacina de Oxford, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo federal não vai “criar problema” para clínicas privadas comprarem doses de vacinas contra a covid-19.
A Janssen Pharmaceuticals, divisão farmacêutica do grupo Johnson&Johnson, informou no último fim de semana que “disponibilizará sua vacina” contra a covid-19 no Brasil “na quantidade e nas condições que vierem a ser acordadas com o Ministério da Saúde”.
No começo do mês, o ministro Eduardo Pazuello disse que tinha interesse em comprar doses da vacina da Johnson.
A companhia diz ter o objetivo de fornecer um bilhão de doses da vacina em todo o mundo em 2021. Mas não divulgou estimativas de quantas poderiam vir para o Brasil. Entretanto, esclareceu que trabalha em “um modelo sem fins lucrativos durante a pandemia, para que (a vacina) possa ser oferecida por meio do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19”.
A empresa divulgou, na última sexta-feira (29), os resultados preliminares de fase 3 de sua vacina, que foi testada no Brasil. O imunizante teve 66% de eficácia contra casos moderados e graves da doença. Isso significa uma redução de 66% nos casos moderados e graves de covid no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado durantes os testes da vacina.
Por ter feito testes no País, a Johnson pode entrar com um pedido de uso emergencial da vacina na Anvisa. A agência que determinou que só pode haver liberação emergencial de vacinas para a covid que tenham sido testadas em voluntários brasileiros.
Até agora, apenas as vacinas de Oxford e a CoronaVac foram aprovadas no País.
