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Federação das Indústrias do RS afirma que patamar atual dos juros é “excessivamente alto” e trava a economia

Bier destacou que existe espaço para iniciar um ciclo de redução dos juros no primeiro semestre de 2026. (Foto: Divulgação)

O presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul), Claudio Bier, avaliou como equivocada a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central que manteve, na quarta-feira (10), a taxa Selic em 15% ao ano.

Segundo ele, o patamar atual dos juros é “excessivamente alto” e acaba travando a economia brasileira, ampliando os danos sobre a produção, o investimento e o emprego.

Bier destacou que existe espaço para iniciar um ciclo de redução dos juros no primeiro semestre de 2026, mas isso dependerá de um compromisso mais firme do governo com a responsabilidade fiscal.

“Sem uma sinalização real de contenção das despesas e de recomposição das metas fiscais, a política monetária seguirá engessada. Mas também é preciso reconhecer que manter a Selic em 15% não ajuda: segura o crédito, desestimula o investimento e compromete a retomada da atividade”, afirmou o presidente da Fiergs.

Segundo Bier, embora a inflação venha recuando, o Banco Central continua reagindo com excesso de cautela, ignorando a deterioração das condições de crédito e os impactos acumulados sobre a indústria gaúcha. “A Selic nesse nível é um entrave direto ao desempenho da indústria. Precisamos de um ambiente mais favorável para produzir, inovar e competir. Com juros tão altos, o País anda para trás”, ressaltou o empresário.

Fecomércio-RS

O presidente da Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul),  Luiz Carlos Bohn, também comentou a decisão do Copom.

“A manutenção da Selic em 15% era uma certeza. Por mais que haja alívio na
inflação de curtíssimo prazo, o IPCA [índice que meda a inflação oficial do País] ainda está longe da meta no horizonte relevante. Vemos espaço para ajuste na Selic em 2026. Entretanto, como estaremos em um ano eleitoral, certamente estaremos sujeitos à pressão por mais gastos e alternativas que estimulem a economia, o que tende a ser um limitador ao tão importante afrouxamento monetário. Nesse cenário, o tão necessário e urgente compromisso com o equilíbrio das contas públicas deverá ficar, mais uma vez, postergado. E nisso reside essencialmente nosso problema: não enfrentar a raiz do desequilíbrio fiscal, que permitiria vislumbrarmos juros estruturalmente mais baixos, segue impondo um preço muito alto. E nós, sociedade e setor setor produtivo, seguimos pagando essa conta”, afirmou.

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