Foguetes espaciais eram basicamente imensos tanques de combustível descartados tão logo alcançassem determinada altura. Dos metros e metros da torre pontuda que riscava o céu com fumaça de dia e tingia a noite com uma luz incandescente, só sobrava o cubículo do módulo de controle. O resto era torrado na reentrada. Não mais: depois de anos de testes e tentativas frustradas, o homem finalmente conseguiu pousar um foguete em pé, após lançar satélites na órbita da Terra.
Conforme O Sul antecipou, o foguete Falcon 9, da empresa privada Space Exploration Technologies, ou SpaceX, decolou recentemente da Flórida (EUA) com carga de satélites de comunicações e conseguiu retornar de volta a Cabo Canaveral e pousar em segurança perto de sua plataforma de lançamento, no primeiro voo espacial desse tipo.
A missão bem-sucedida, coroada pela colocação de todos os 11 satélites em órbita para o cliente ORBCOMM, levou pouco mais de 30 minutos e marcou uma nova etapa fundamental para a SpaceX, fundada pelo empresário Elon Musk.
Foi o primeiro voo da empresa, com sede na Califórnia (EUA), desde que uma falha em um foguete, em junho, destruiu uma nave de carga que integrava a missão de reabastecimento com destino à ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).
A Nasa (agência espacial americana) felicitou a companhia de Musk pela aterrissagem histórica. Em novembro, a agência americana já havia encomendado à SpaceX missão tripulada para a ISS, o que deve acontecer até 2017.
O feito de Musk pode ser medido em números e em planos. Cada foguete desintegrado na atmosfera custa 90 milhões de dólares. Com a tecnologia da SpaceX, ficará mais barato levar gente para a órbita, e de lá para os confins do espaço.