A Noruega está incrementando o nível de prontidão de suas forças de defesa e de vigilância marítima, ao mesmo tempo em que trabalha para garantir a integridade das rotas de fornecimento de commodities energéticas à Europa.
O país nórdico elevou os níveis de prontidão algumas vezes desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro, e incrementou a segurança ao redor de instalações de óleo e gás no Mar do Norte depois de uma suposta sabotagem no gasoduto Nord Stream, no Mar Báltico, no mês passado. Os cortes impostos às exportações energéticas russas também elevaram a Noruega ao posto de principal fornecedora de gás natural à Europa.
O movimento anunciado nesta segunda-feira (31) significa que as Forças Armadas vão ajustar operações e atividades, incluindo ao reduzir alguns treinamentos tradicionais e exercícios, ao mesmo tempo em que aumentarão outras operações, como vigilância marítima, explicou a jornalistas o ministro da Defesa, Bjorn Arild Gram.
O país notou ainda um nível “anormalmente alto” de atividade de drones perto de instalações na plataforma continental norueguesa depois das explosões no Nord Stream, e desde então recebe assistência de patrulhas do Reino Unido, Alemanha e França.
“A tensão crescente significa que estamos mais expostos a ameaças, inteligência e afluência”, disse, nesta segunda-feira, o premiê Jonas Gahr Store. “Isso faz com que seja necessário que todos os países da Otan estejam mais vigilantes, incluindo a Noruega.”
“Esta é a situação de segurança mais grave em várias décadas”, disse Jonas Gahr Stoere em entrevista coletiva.
Apesar do alerta, o premiê disse que “não há indicações de que a Rússia esteja expandindo sua guerra para outros países, mas o aumento das tensões nos deixa mais expostos a ameaças, operações de inteligência e campanhas de influência”.
As Forças Armadas passarão menos tempo treinando e mais tempo em tarefas operacionais, e a Guarda Nacional, uma força de mobilização rápida, terá um papel mais ativo, disse o ministro da Defesa, Bjoern Arild Gram.
A Força Aérea cancelou treinamento nos Estados Unidos com seus caças F35, preferindo mantê-los na Noruega, disse o chefe das Forças Armadas, general Eirik Kristoffersen.
“Esperamos que esta situação dure pelo menos um ano”, afirmou Kristoffersen.
A Noruega mobilizou seus militares para proteger plataformas offshore e instalações terrestres após vazamentos no gasoduto Nord Stream em 26 de setembro e recebeu apoio das marinhas britânica, francesa e alemã. As informações são das agências de notícias Bloomberg e Reuters.