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Formal e contido, Michel Temer projeta o “avesso de Dilma”

O objetivo é defender a necessidade de reequilibrar as contas públicas (Foto: Gabriel Soares/Folhapress)

O estilo formal, calculado, avesso a indisposições e polêmicas sempre marcou a personalidade do vice-presidente Michel Temer (PMDB). No passado, tais características foram alvo de críticas, às vezes jocosas. Antonio Carlos Magalhães, para fustigá-lo, o comparava à figura de um “mordomo de velório”.

Atualmente, os aliados dizem que é exatamente esse comportamento que credencia o peemedebista como opção à presidenta  Dilma Rousseff (PT).

“Ele se diferencia dela em tudo o que passou a incomodar as pessoas. Ouve mais do que fala, não é dado a rompantes e incorpora a formalidade. Ser o avesso da Dilma se tornou um ativo”, avaliou um colaborador.

O vice-presidente, porém, não flerta publicamente com a tese do afastamento precoce da petista e, mesmo em privado, trata do assunto com cautela. Neste momento, avaliam aliados, ele se posiciona para ser reconhecido como o fiel da governabilidade.

Pessoas próximas ao peemedebista afirmam que ele “não vai para a briga” nem vai “trabalhar para aumentar a instabilidade”.

Recentemente, desautorizou cobranças públicas do amigo e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) para abandonar a articulação política do governo, gesto que fragilizaria as já debilitadas relações com o Congresso.

Mesmo integrantes da oposição dizem que o vice de fato tem se empenhado para impedir derrotas e conter ânimos no Congresso. Sua missão maior é aprovar os pontos centrais do ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).

A empreitada os aproximou. Levy despacha mais com Temer do que com a presidenta Dilma. (Folhapress) 

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