Os bancos suíços e norte-americanos conhecem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), melhor que os eleitores do parlamentar. Os consultores sabiam dos negócios de Cunha, estimavam o tamanho de seu patrimônio e até eram recebidos em casa pelo cliente. Os detalhes dessa relação estão descritos nos documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça e que serviram para justificar a abertura de mais um inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal).
Pela papelada, Cunha já foi proprietário de imóveis no Rio de Janeiro e em São Paulo, mantém ou manteve contas no Delta Bank, em Nova York (EUA) e criou a offshore Netherton Investments, usando laranjas internacionais, para aportar recursos quando seus negócios “no ramo de energia” evoluíssem.
Na descrição feita por executivos do banco Merrill Lynch, Cunha é qualificado como um homem de negócios arrojado. Elisa Mailhos, funcionária do banco, afirmou que em 25 de julho de 2011 a fortuna dele estava avaliada em 16 milhões de dólares. A executiva afirmou que Cunha lucrou investindo em imóveis na Barra da Tijuca, no Rio. Ela informa que a offshore Netherton foi aberta para “o novo negócio” na área de energia e que havia a expectativa de que o empreendimento começasse a funcionar a partir de 2012. (AG)
