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Funcionários das embaixadas do Brasil no exterior entram em greve

Profissionais do Itamaraty fora do País estão paralisados. (Foto: Patrick Grosner/Folhapress)

Funcionários das embaixadas do Brasil no exterior declararam greve nessa terça-feira. Embaixadas e consulados no exterior na África, Ásia, Europa e Oceania iniciaram antes a paralisação.

Para avaliar o alcance e a condução do movimento, a presidente do Sinditamaraty (Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores), Sandra Maria Nepomuceno, convocou uma assembleia para discutir as ações dos grevistas, a continuação da paralisação, além de apresentar o balanço da reunião de segunda-feira, em Brasília (DF), entre o sindicato e o Departamento do Serviço Exterior do Itamaraty.

Reivindicações
As principais reivindicações dos servidores são o pagamento em dia do auxílio-moradia no exterior e os reajustes salariais de assistentes e oficiais de chancelaria e diplomatas. Os servidores também pedem regras para os plantões consulares, diplomáticos e dos setores de comunicações dos postos no exterior. Hoje, não há regime de compensação de horas para quem os realiza. Outras reivindicações são a concessão automática de passaporte diplomático a todos os membros do Serviço Exterior Brasileiro, que não contempla os assistentes e oficiais de chancelaria.

Filiada ao sindicato, a oficial de chancelaria Ivana Lima defende que seja firmado acordo escrito pelo Itamaraty com o compromisso de regularização do pagamento do auxílio-moradia no exterior. O Itamaraty reconhece as dificuldades para cumprir o compromisso.

Em ofício enviado pelo ministério ao sindicato no dia 16 de abril, o órgão afirmou se solidarizar com o pleito da regularização e pagamento dos auxílios atrasados, e informou estar empenhado na obtenção da verba para o repasse. Segundo o documento, o saldo destinado para este tipo de despesa é insuficiente. Sobre a reivindicação salarial, o Sinditamaraty informou que, em 2008, os diplomatas tiveram reajuste, mas assistentes e oficiais de chancelaria não receberam aumento de vencimentos.

Adesão
Com buzinas, faixas, cartazes e camisetas, servidores do MRE (Ministério das Relações Exteriores) realizaram nessa terça-feira uma manifestação em frente ao Palácio Itamaraty, em Brasília. Durante o protesto, eles pediram valorização do serviço exterior brasileiro.

A oficial de chancelaria Deborah Poyanco, que estava na manifestação e tem passaporte diplomático, considera uma discriminação os assistentes de chancelaria não terem o mesmo benefício. “O passaporte diplomático não representa custo extra e facilita muito a vida do servidor no exterior. Ele garante imunidade, isenção de alguns impostos e mais legitimidade em algumas missões. É um instrumento de trabalho”, disse.

Durante a tarde, em assembleia, os trabalhadores decidiram manter a greve. Já houve confirmação de pelo menos 70 postos no exterior que aderiram ao movimento paredista, de acordo com o Sinditamaraty.

Pleito
O comando de greve quer que o Itamaraty formalize ao Ministério do Planejamento o pleito sobre correção salarial e para que a verba de moradia seja incontingenciável.

“Não estamos lutando apenas pela valorização das carreiras, mas pelo Itamaraty como um todo, porque o MRE vem sofrendo cortes atrás de cortes de recursos. As embaixadas não estão pagando contas. Temos menos pessoal do que deveríamos nas embaixadas, afetando o atendimento aos brasileiros”, informou a oficial Deborah.

Procurado, o Itamaraty informou, como já tinha feito ao Sinditamaraty no dia 8 de maio, quando foi aprovada a greve em assembleia, que fará uso da prerrogativa legal de descontar o pagamento dos dias não trabalhados pelos servidores que, no Brasil e no exterior, tiverem aderido à paralisação. Após reunião realizada na tarde dessa terça-feira entre representantes dos trabalhadores e do MRE, o comando de greve decidiu antecipar a próxima assembleia, que aconteceria nesta quinta-feira, para esta quarta-feira, no Instituto Rio Branco, na capital federal. Às 17h, eles se reunirão com o secretário de Relações de Trabalho no Serviço Publico do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, para discutir os pleitos.

(Agência Brasil)

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