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Fundacred celebra ‘Amigos Artistas’: a alma da arte gaúcha em retratos

Marilice Corona

Marilice Corona é uma dos 34 artistas retratados por Fernando Zago. (Foto: Fernando Zago)

Em meio ao concreto do Centro Histórico de Porto Alegre, onde a pressa urbana costuma engolir a contemplação, o Museu de Arte do Paço se transforma em refúgio e reverência. A exposição “Amigos Artistas”, promovida pela Fundacred e pelo fotógrafo Fernando Zago, é mais do que uma mostra: é um gesto de afeto, um tributo à memória e uma celebração da arte plástica gaúcha como patrimônio vivo.

São 34 retratos em preto e branco, capturados nos ateliês dos artistas, com luz dura e fundo neutro. Mas o que se vê não é apenas técnica — é intimidade. É o instante em que o criador se revela sem máscaras, em seu espaço de invenção, cercado por tintas, telas e silêncio. É o momento em que a fotografia deixa de ser registro e se torna vínculo.

A exposição homenageia nomes que moldaram a identidade visual do Rio Grande do Sul. Entre as mulheres, estão:

Cada uma dessas artistas construiu, com coragem e sensibilidade, caminhos que desafiaram o tempo e os limites do reconhecimento. Suas obras são vozes que ecoam em cores, formas e gestos.

Na galeria masculina, a diversidade de estilos e inquietações revela a força de uma geração que nunca se acomodou:

E há ainda os que partiram, mas permanecem vivos nas imagens e na memória coletiva:

Esses nomes não são apenas artistas — são guardiões da alma gaúcha. Suas obras atravessam décadas, estilos e fronteiras, e continuam a dialogar com o presente.

Onde ver e para onde vai

A exposição “Amigos Artistas” está aberta ao público até 19 de setembro de 2025, no Museu de Arte do Paço, localizado no Paço dos Açorianos – Praça Montevidéu, nº 10, Centro Histórico de Porto Alegre. A visitação ocorre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, com entrada gratuita.

Após o encerramento, as fotografias de Fernando Zago passarão a integrar o acervo permanente da Coleção Fundacred, na Av. Júlio de Castilhos, nº 44 – também no Centro Histórico, que já reúne mais de 700 obras de artistas consagrados do estado.

A exposição não apenas preserva rostos — ela preserva histórias. E ao fazer isso, reafirma que a arte gaúcha não é passado, nem apenas presente. Ela é continuidade. Ela é resistência. Ela é a prova de que, mesmo em tempos de ruído, há silêncios que falam mais alto. E há retratos que jamais se apagam.

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