As autoridades sanitárias da Jamaica alertaram a população nessa terça-feira (28) sobre o perigo de crocodilos deslocados pelo furacão Melissa, tempestade mais poderosa registrada no mundo neste ano, com ventos de 298 km/h (categoria 5), que tocou o solo por volta das 14h (horário de Brasília) em New Hope, no sul do país. Pelo menos sete pessoas já morreram em três países diferentes devido à tempestade, que avançava nessa terça em direção a Cuba, já rebaixada para a categoria 4.
“Melissa atinge o sudoeste da Jamaica, perto de New Hope, como um poderoso furacão de categoria 5”, confirmou o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos às 14h do horário de Brasília. Em seus últimos posts nas redes sociais, antes de confirmar a chegada do furacão, o NHC fez fortes alertas para que a população buscasse abrigo: “Ventos catastróficos, inundações repentinas e marés de tempestade estão ocorrendo na ilha. Esta é uma situação extremamente perigosa e com risco de vida! Proteja-se agora”.
“O aumento do nível das águas em rios, ravinas e pântanos pode fazer com que os crocodilos se desloquem para áreas residenciais”, publicou a Autoridade Sanitária Regional do Sudeste (SERHA) em um anúncio de utilidade pública.
Responsável por atender as cidades de Kingston, capital do país, Saint Andrew, Saint Catherine e Saint Thomas, o órgão ainda alertou as famílias para manterem as crianças e os animais de estimação longe das áreas inundadas.
“Os moradores que vivem perto dessas áreas são, portanto, aconselhados a permanecerem vigilantes e evitarem as águas da enchente”, encerra.
Ventos violentos e chuvas torrenciais atingiram a nação caribenha nesta terça-feira, com a chegada do fenômeno ao continente. O sistema extremamente violento rastejava pelo Caribe, prometendo inundações catastróficas e condições de risco de vida.
Quando o furacão atingiu o país, as autoridades ainda se preparavam para os efeitos potencialmente catastróficos do fenômeno natural mais forte da História a atingir a ilha caribenha. O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, afirmou nenhum país da região estava pronto para uma tempestade desta magnitude, em um apelo para que moradores de zonas na rota de impacto direto se retirassem — na noite de segunda, o governo estimava que 50 mil pessoas deviam deixar suas casas, mas apenas 1,7 mil teriam atendido ao chamado e procurado abrigos públicos.
“Jamaica, este não é o momento de sermos corajosos”, declarou o ministro do governo local, Desmond McKenzie, pouco antes da tempestade tocar o solo. “Ainda há uma pequena janela de oportunidade (para retirada). Vamos aproveitá-la sabiamente.”
De acordo com uma avaliação preliminar da Climate Central, o furacão foi potencializado pelas águas excepcionalmente quentes do Caribe – cerca de 1,4 °C acima da média. Esse aquecimento elevou a velocidade máxima dos ventos do Melissa em cerca de 16 km/h, aumentando em aproximadamente 50% o potencial de destruição.
Em uma avaliação antes da chegada do Melissa, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou esperar que a situação na Jamaica seja “catastrófica”, enquanto a Cruz Vermelha prevê um impacto a 1,5 milhão de pessoas.
Autoridades do país caribenho confirmaram que três pessoas morreram durante os preparativos para a chegada do furacão. O ministro da Saúde e Bem-Estar jamaicano, Christopher Tufton, disse na segunda-feira que as três mortes ocorreram durante o corte de árvores – duas pela queda das árvores, e uma eletrocutada. A tempestade também já foi responsabilizada pela morte de três pessoas no Haiti e uma na República Dominicana, totalizando sete no total até a noite dessa terça. As informações são da agência de notícias AFP.
