Ao se despedir do cargo, no dia 12 deste mês, a presidenta afastada Dilma Rousseff voltou-se para um funcionário do Palácio do Planalto. “Tchau, Catalão, eu não posso levar você comigo”, disse ela. O alvo da despedida era o garçom José da Silva Catalão.
Apesar do tom melancólico do adeus, o servidor pensou que seguiria prestando serviços na Casa, dessa vez ao presidente interino Michel Temer. Mas ele foi demitido na terça-feira. Motivo: íntimo de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem também havia servido, Catalão seria um espião do governo petista.
Aos 52 anos, oito deles com livre acesso ao gabinete presidencial, o garçom negou ligação com o partido e se disse surpreso com a sua exoneração. Desde então, assustado com a repercussão de sua saída, ele evita o assédio da imprensa.
Surpresa
Da disciplina militar, herança de sua trajetória como oficial do Exército, restaram a pontualidade e as batidas de continência a todos que o cumprimentavam.
Certa vez, Catalão não levou café para Dilma no gabinete, propositalmente. Motivo da ousadia: dias antes, a presidenta o havia repreendido na frente de sua equipe, por ele ter levado o lanche somente para ela durante uma reunião. (Folhapress)
