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Gasto do governo federal com juros já consome quase 8% do PIB

Selic está no maior nível em dez anos (Foto: Marcos Cunha/Agência Freelancer)

Os gastos do governo com juros são altos e devem permanecer em níveis elevados – ao redor de 8% do PIB (Produto Interno Bruto) – nos próximos meses. A trajetória da Selic (a taxa básica de juros) e as operações de swaps cambiais, dizem especialistas, indicam que a conta salgada não deve ter alívio no curto prazo.

Em 12 meses até julho, a conta de juros alcançou 452 bilhões de reais, o correspondente a 7,92% do PIB. É o maior percentual desde 2003 (8,41% do PIB), período iniciado com uma taxa Selic de 25,5% ao ano. Hoje, a Selic é de 14,25% ao ano. Com isso, o resultado primário e os juros nominais apropriados atingiu um déficit de 502,8 bilhões de reais, ou 8,81% do PIB.

O econimista Fábio Giambiagi espera que as despesas com juros se mantenham em torno de 7% do PIB nos próximos dois ou três anos. Antes disso, já no fim de 2015, o gasto com juros deve ficar em torno de 8% do PIB. Embora a expectativa seja de recuo da inflação, Giambiagi ressaltou que é preciso incluir no cenário de juros a retomada da alta da taxa norte-americana ainda neste ano, o que deve limitar o espaço para a queda dos juros locais. Além disso, segundo o economista, a trajetória futura da conta dependerá das operações de swaps.

“Quando o governo precisa honrar um vencimento e o câmbio está pressionado, no mês em que isso ocorre gasta-se um valor muito elevado a título de juros. O contrário ocorre se o câmbio [o real] se aprecia, mas isso não tem sido muito comum recentemente”, disse Giambiagi.

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