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General quer filho de Bolsonaro no comando da Câmara dos Deputados

General Roberto Sebastião Peternelli Júnior (PSL). Ele foi eleito deputado por São Paulo. (Foto: Divulgação)

Coordenador das candidaturas de militares das Forças Armadas e deputado eleito por São Paulo, o general Roberto Sebastião Peternelli Júnior (PSL) afirmou que os partidos com as maiores bancadas na Câmara em janeiro – o PSL – e no Senado – o MDB – devem presidir as respectivas Casas. Ele defendeu a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a presidência da Câmara, filho do presidenciável Jair Bolsonaro.

Militar prega impeachment e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal 

Ao mesmo tempo, o general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado eleito pelo PSL no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachment e a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) responsáveis pela libertação de políticos acusados de corrupção, como o ex-deputado José Dirceu (PT) e os ex-governadores do Paraná Beto Richa (PSDB) e de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Segundo ele, “o impeachment de vários ministros” se insere em um “plano de moralização das instituições da República”.

“Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo”, escreveu em sua conta no Twitter o general Eliéser Girão Monteiro Filho, em referência à série da Netflix sobre a Lava-Jato. “Destituição e prisão”, completou.

Família

Em relação à presidência da Câmara, para o general Peternelli Júnior, o fato de Eduardo ser filho do candidato Jair Bolsonaro não seria um problema. “Família não pode ajudar, mas também não pode atrapalhar.” Peternelli saiu aspirante-a-oficial na turma de 1976, da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), onde foi contemporâneo de Bolsonaro (turma de 1977) e do general Hamilton Mourão (turma de 1975), candidato a vice-presidente na chapa. É amigo do general Eliéser Monteiro Girão.

A decisão de indicar Eduardo Bolsonaro para presidir a Câmara foi fechada em reunião da bancada paulista do PSL – o partido elegeu dez deputados federais no Estado. “Teremos a maior bancada em janeiro e temos o deputado mais bem votado, Eduardo Bolsonaro. Mas quem vai decidir isso será o Jair”, disse o general.

A disposição de fazê-lo presidente da Casa foi confirmada pelo senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). “Por meritocracia, seria o Eduardo Bolsonaro, que teve a maior votação.” Olímpio admitiu, no entanto, que há a possibilidade de a sigla indicar o deputado eleito Luciano Bivar (PE), fundador do PSL para o cargo. O partido elegeu 52 deputados, mas tem a expectativa de que mais deputados resolvam aderir à legenda até o fim do ano, fazendo sua bancada ultrapassar a do PT, que obteve 56 cadeiras na Câmara.

São Paulo

Além dos deputados federais eleitos, os 15 estaduais do PSL participaram do encontro, entre eles o capitão reformado do Exército Castelo Branco. Na semana passada, Castelo Branco afirmou que o nome da deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) deve ser indicado pelo partido para presidir a Assembleia Legislativa de São Paulo. “Ela deve ser a primeira mulher a presidir a Casa”, afirmou o capitão.

O PSL fez 15 deputados estaduais em 2018, o que significa a maior bancada da Assembleia Legislativa na próxima legislatura. Janaína Paschoal recebeu mais de 2 milhões de votos e foi a deputada estadual mais votada da história. Segundo Olímpio, que é ainda o presidente do PSL paulista, a escolha se deu por unanimidade na bancada.

“Os mais de 2 milhões de votos dela arrastaram junto mais da metade da bancada, já que a cada 210 mil votos entrou mais um parlamentar. Ela é madrinha da maioria dos deputados”, disse Olímpio. Ainda segundo ele, a tradição da Casa também é de que a maior bancada faça a indicação do presidente.

Salários

Além de se preocupar com a eleição dos presidentes das duas Casas do Congresso, a bancada do PSL terá de enfrentar uma pauta delicada logo no início da próxima legislatura. “Teremos uma pauta difícil no começo do governo”, afirmou o general Sebastião Peternelli, ao se referir às decisões que o futuro presidente deve tomar sobre o aumento do salário mínimo, o reajuste do funcionalismo público e manutenção ou não do subsídio para o diesel aos caminhoneiros.

“Não adianta você conceder um aumento que não há viabilidade de ser executado. Há uma defasagem de 15 anos no soldo. A caserna vai compreender. Não podemos pensar, o foco do presidente é o bem comum, o Brasil. Em uma primeira etapa, o aumento que foi dado ao funcionalismo civil deve ser dado aos militares. Mas a decisão é do próprio Bolsonaro.”

Terrorismo

Diante da perspectiva de invasões de propriedades públicas e privadas durante manifestações, o general afirmou defender que essas ações sejam tipificadas como terrorismo, como propõe Bolsonaro.

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