Protagonista da pior derrota já sofrida pelo PSDB em uma eleição presidencial, Geraldo Alckmin começou a fazer um saldo do desempenho do partido –atingido em cheio pela onda de Jair Bolsonaro (PSL). Aos que insinuam que ele deveria deixar o comando da sigla, mandou avisar que não há chance: fica até março de 2019. Aliados também garantem que ele não vai declarar apoio nem ao deputado nem a Fernando Haddad (PT). Deve liberar diretórios estaduais e se opor a ambos.
A madrugada de segunda (8) foi de ressaca para o tucanato, especialmente o paulista. A ala mais antiga da sigla chegou a dizer que o “PSDB acabou” e que é preciso reconstruí-lo do zero.
Candidato do PSDB ao governo de São Paulo, João Doria (PSDB) quer trocar sua equipe de marketing. Interlocutores do tucano sondaram ao menos três publicitários que atuaram em campanhas presidenciais, entre eles Lula Guimarães, que fez a estratégia de comunicação de Alckmin na TV e no rádio.
O tucano, porém, está tendo dificuldades para encontrar alguém que aceite a empreitada. Lula recusou a sondagem, assim como os outros que foram procurados.
Márcio França (PSB), adversário de Doria na disputa em São Paulo, conseguiu aprofundar a divisão no PSDB. Nomes próximos a Alckmin passaram a fazer campanha para ele abertamente. A quem pergunta a temática que vai tentar impor ao segundo turno, ele responde: “Será uma eleição sobre caráter”.
MDB
A direção do MDB vai reunir a executiva do partido para definir qual caminho seguir no segundo turno. A cúpula defende que a sigla fique neutra na disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), e que deixe para definir em janeiro, com o novo presidente eleito, que posição vai adotar.
Um grupo de advogados decidiu organizar uma “frente de juristas em defesa da democracia”. A ideia é reunir nomes de peso das mais variadas correntes para falar contra Bolsonaro.
O grupo pretende divulgar manifesto. O movimento tem sido chamado de #EleNão Jurídico.
Nordeste
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) deu o tom da artilharia que será usada contra Haddad no horário eleitoral de seu pai. “O primeiro ato de campanha do nosso adversário foi ir na cadeia pegar instruções. Quem ainda não entendeu contra que tipo de bandido estamos lutando vai entender.”
Ele afirma que a campanha de Bolsonaro vai usar o segundo turno para apresentar melhor algumas propostas do candidato. Os temas foram pinçados por Paulo Guedes, o guru da economia. O enxugamento da máquina, com corte de ministério e estatais, está na lista do que deve ir para a propaganda.
Aliados de Bolsonaro o aconselharam a ter cautela ao falar para o Nordeste. O deputado, que quer ampliar a votação na região que barrou sua vitória no primeiro turno, foi orientado a evitar críticas a Lula e só destacar propostas. As informações são da Folha de São Paulo.
