Em um sinal do crescente domínio da computação móvel, o Google, parte da holding Alphabet Inc., decidiu incorporar seu sistema operacional Chrome, para computadores pessoais, ao seu sistema operacional para dispositivos móveis Android. Os engenheiros do Google estão trabalhando há cerca de dois anos para combinar os sistemas operacionais e vêm fazendo progressos. A companhia deve revelar seu novo sistema operacional unificado em 2017, mas planeja apresentar uma versão preliminar já em 2016.
O Android é o sistema operacional mais utilizado no mundo, rodando em cerca de 1 bilhão de celulares e outros dispositivos fabricados por várias empresas. O Chrome é usado em computadores, a maioria laptops, chamados Chromebooks.
A mudança é um reconhecimento esperado há tempos de que as diferentes abordagens de computação incorporadas pelo Android e pelo Chrome não são mais relevantes para o Google.
O Chrome OS foi o resultado dos esforços do Google para levar a internet e a experiência centrada em um navegador para mais aparelhos, encorajando os usuários a acessar software e aplicativos por meio do navegador Chrome em laptops mais baratos. Já o Android era visto como uma abordagem quase retrógrada na empresa por se concentrar em aparelhos que só funcionavam quando o software ou aplicativos eram baixados nesses dispositivos.
O Google não sabia qual abordagem teria sucesso, então levou adiante ambas, e debates internos saudáveis se seguiram. À medida que o uso de dispositivos móveis e de aplicativos cresceu, o Android acabou prevalecendo.
A mudança também é uma tentativa do Google de ter o Android rodando no maior número de aparelhos possível para atingir o maior número de pessoas possível. O sistema operacional funciona em celulares, tablets, relógios, TVs e sistemas de informação e entretenimento de carros.
A nova versão do Android dará aos usuários de computadores acesso à loja Play do Google, que oferece mais de 1 milhão de aplicativos. Os Chromebooks terão um novo nome, ainda não definido. O Google planeja manter o nome Chrome para seu navegador de internet, que opera tanto em computadores quanto em dispositivos móveis.
O Chrome OS vai continuar sendo um sistema operacional de código aberto que outras empresas podem usar para fabricar laptops, e os engenheiros do Google vão continuar trabalhando nele. O foco do Google, porém, será em estender o uso do Android para laptops.
O diretor-presidente do Google, Sundar Pichai, que liderou o desenvolvimento do sistema operacional Chrome, em 2009, disse que “o dispositivo móvel como um paradigma da computação irá, no fim, unir-se ao que nós chamamos de desktop hoje”.
As especulações sobre a união dos dois sistemas são antigas. Pichai assumiu a liderança do Android, bem como do Chrome, em 2013, quando um dos fundadores do Android, Andy Rubin, foi transferido para um projeto de robótica. No ano passado, ele nomeou Hiroshi Lockheimer, vice-presidente de engenharia do Android, para supervisionar o sistema operacional Chrome.
Herança.
O Chrome e o Android compartilham uma herança comum no software de código aberto Linux. Mas eles se diferenciam de forma significativa e combiná-los não é uma tarefa fácil, segundo pessoas a par do projeto.
Os laptops possuem teclados e telas maiores que os dispositivos móveis, então os usuários frequentemente usam muitos aplicativos simultaneamente e transferem conteúdo entre eles. Os smartphones e tablets Android podem operar vários aplicativos, mas eles não podem ser exibidos na tela ao mesmo tempo, o que dificulta que os usuários migrem de uma plataforma para outra.
