O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), usou um helicóptero do Executivo para buscar o filho após uma festa de réveillon em Escarpas do Lago, na região Sul do Estado. Em um vídeo divulgado em redes sociais, o petista aparece cumprimentando amigos do filho antes de conduzi-lo à aeronave.
Em sua página oficial no Facebook, Pimentel argumentou que o uso da aeronave é legal. Ele também disse que foi para Escarpas do Lago passar o dia com o filho, mas que no trajeto foi informado de que ele não passava bem, motivo pelo qual apenas o buscou para retornar a Belo Horizonte.
“Neste domingo, dia 1º, fui a Escarpas do Lago, pela manhã, de helicóptero, com a intenção de ficar o dia lá, com meu filho, que passara o Réveillon na casa de amigos. Ainda no voo de ida, ele comunicou-se comigo, dizendo que não se sentia bem, e perguntava se não me incomodaria voltar mais cedo com ele para BH, em vez de almoçar lá. Obviamente, eu concordei e voltamos juntos, logo após o pouso, ainda pela manhã”, afirmou ele.
O autor do vídeo, não identificado, relata que o filho estava “agarrado na cachaça”, “passou a noite na gandaia”, sugerindo que estivesse de ressaca após a festa. Escarpas do Lago fica à beira de um reservatório de Furnas, no município de Capitólio (MG), em uma área com casas de luxo, algumas das quais com heliponto no quintal. O local é conhecido por grandes festas de jovens que ocorrem dentro de lanchas no lago.
O aluguel de um helicóptero para um voo bate-volta, como o feito por Pimentel, custaria entre 4,8 mil reais e 7 mil reais, segundo empresas mineiras de táxi-aéreo. Segundo a Superintendência de Imprensa do governo de Minas Gerais, um decreto estadual de 2005 prevê que o governador utilize helicópteros oficiais “em deslocamentos de qualquer natureza”. Para Pimentel, o decreto faz com que o voo não seja “nenhuma novidade, nada ilegal ou irregular”.
No começo de dezembro, Pimentel decretou estado de calamidade financeira no Estado, que foi aprovado pela Assembleia Legislativa, e anunciou o parcelamento do 13º salário dos servidores públicos estaduais. No decreto de calamidade, ele frisou que a situação das contas do Estado coloca em risco a capacidade do governo de manter serviços essenciais e de pagar despesas com pessoal. (Folhapress)