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Governador de São Paulo, João Doria diz que eventual aliança com Sérgio Moro só será discutida “em abril”, a seis meses das eleições

O ex-juiz Sérgio Moro, presidenciável do Podemos, ao lado do pré-candidato à Presidência pelo PSDB, João Doria. (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

Pré-candidato à Presidência pelo PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que uma eventual aliança com o ex-juiz Sérgio Moro, presidenciável do Podemos, só será discutida “em abril”, a seis meses das eleições. “Antes disso não”, disse. A declaração foi dada em entrevista ao programa Conversa com Bial, exibido na madrugada de sexta-feira.

Doria defendia a necessidade da construção de uma candidatura de terceira via que, segundo ele, fosse capaz de agregar “descontentes” tanto com a ideia da volta do governo do PT quanto com a permanência de Jair Bolsonaro no poder. “Já começamos a fazer, seja com Sérgio Moro ou com outros que irão trilhar esse caminho longe dos extremistas.”

O apresentador Pedro Bial, então, argumentou ser preciso pensar em uma “cabeça de chapa” e questionou se o assunto foi debatido em recente reunião entre os dois pré-candidatos. “Não discutimos esse tema, pois seria precipitado. O tempo da política é diferente. Essa conversa só vai acontecer em abril do ano que vem, antes disso não”, assegurou.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Doria havia dito, na última segunda-feira, que ele e Moro estarão “no mesmo campo em 2022, mas não necessariamente na mesma candidatura”. Na quarta-feira passada, os dois se encontraram em São Paulo na casa da presidente do Podemos, partido de Moro, a deputada federal Renata Abreu.

Na entrevista a Bial, Doria disse que as eleições de 2022 “serão as mais sujas e sórdidas da história do País” e também comentou sobre a aproximação entre seu antigo padrinho, Geraldo Alckmin, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Grande respeito à trajetória. O Alckmin foi fundador do PSDB, mas de Lula quero distância. Não me associo, nem me identifico com nada. Respeito a posição, mas estarei do outro lado, combatendo Lula em 2022, combatendo a frase de ‘os fins justificam os meios’. Não acredito nisso”, disse.

Pesquisa Ideia/exame divulgada na sexta-feira mostra que a possível escolha de Alckmin como vice na chapa de Lula para 2022 tem saldo mais negativo do que positivo.

Para 48% dos entrevistados, a presença do tucano diminuiria as chances de voto em Lula, enquanto 35% responderam que uma dobradinha com o ex-governador de São Paulo encorajaria o voto no petista.

O petista e o tucano articulam um palanque conjunto desde julho. De saída do PSDB, o ex-governador paulista ainda deve definir qual será seu novo partido antes de avançar nas tratativas com o ex-presidente. A expectativa de Lula é de que uma dobradinha com Alckmin confira mais amplitude à sua candidatura ao conquistar eleitores menos inclinados à esquerda.

Para o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), um dos entusiastas do acordo, a união poderia garantir a vitória do petista “já no primeiro turno”. Alckmin, porém, foi convidado a se filiar ao Solidariedade.

Uma chapa liderada por Doria com Moro na vice tem percepção positiva de 12% dos entrevistados e negativa de 43%, também de acordo com o levantamento.

A pesquisa ouviu 1.200 pessoas com margem de erro de 3% para mais ou para menos; entre as principais conclusões, aponta que 51% avaliam a gestão Jair Bolsonaro como ruim ou péssima e 53% desaprovam a maneira como o mandatário lida com o cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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