Em preparação para o avanço de uma nova frente de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul, o governo do Estado se reuniu, na noite de sexta-feira (27), com mais de 180 prefeitos e representantes municipais para alinhar estratégias de prevenção e resposta a possíveis impactos provocados pelas chuvas previstas para o fim de semana. O encontro, realizado na sede da Defesa Civil estadual e por videoconferência, contou com a liderança do governador Eduardo Leite.
O cenário meteorológico apresentado pela Defesa Civil indicava a possibilidade de volumes de chuva superiores a 150 milímetros em algumas regiões, o equivalente à média de um mês inteiro acumulada em poucas horas. De acordo com os alertas mais recentes, as bacias dos rios Taquari, Caí, Paranhana, Sinos, Gravataí e Pardo podem ter respostas hidrológicas rápidas, exigindo atenção imediata.
Na madrugada e em parte da manhã deste domingo (29), a formação de um ciclone extratropical próximo da costa ainda favorece chuvas intensas e persistentes, acompanhadas de raios e temporais isolados.
Os acumulados variam entre 50 mm e 90 mm nas Missões, no Noroeste, no nordeste, no Norte e na Região Metropolitana, podendo superar, pontualmente, 100 mm nos Vales, na Serra, no Litoral Norte e no Centro-Norte. Nas demais regiões, as chuvas ficam abaixo de 30 mm.
Com a influência do ciclone, as rajadas de vento se intensificam, variando entre 50 km/h e 80 km/h na metade sul do Estado, na Região Metropolitana, na Costa Doce, no nordeste do Estado e em todo o Litoral, deixando o mar agitado. Há risco de temporais com granizo e rajadas de vento acima dos 70 km/h no Noroeste e no Norte durante a madrugada.
Na segunda-feira (30/6), o tempo volta a ficar estável em todo o Estado. As temperaturas ficam baixas, com mínimas variando entre -1°C e 7°C e chance de geada na fronteira com o Uruguai. Durante a tarde, as máximas variam de 4°C a 11°C. À noite, as temperaturas variam de -4°C e 6°C. Os ventos variam de 40 km/h a 60 km/h na costa gaúcha.
“O momento exige máxima mobilização de todos. O foco agora é preservar vidas”, destacou o governador Eduardo Leite, ao pedir que as prefeituras atuem preventivamente para retirar famílias de áreas de risco, especialmente em regiões próximas aos rios e encostas com solo encharcado, suscetíveis a enxurradas e deslizamentos.
“As perdas materiais nós vamos buscar reparar depois, mas a vida precisa ser protegida com prioridade”, reforçou o governador.
Em razão dos elevados volumes de chuva previstos, o governo do Estado ampliou nesse sábado (28) o número de Gabinetes de Crise e estabeleceu um em Torres (Rua Leonardo Truda, 660) e outro em São Sebastião do Caí (Avenida Dr. Bruno Cassel, 170). Para garantir atendimento emergencial à população, outros quatro já estão ativos, um deles de natureza estratégica, em Porto Alegre, e outros três regionalizados, em Caxias do Sul, Lajeado e Santa Cruz do Sul.
Os Gabinetes de Crise têm como objetivo acompanhar em tempo real a evolução dos impactos provocados pelas chuvas e coordenar ações de preparação e resposta. As medidas priorizam a proteção de vidas e a redução de danos, contando com articulação direta entre os diversos órgãos envolvidos na gestão da emergência.