A governadora de Nova York, Kathy Hochul, declarou estado de emergência nesta sexta-feira (09) depois que foram encontradas amostras do vírus da polio no esgoto de três municípios. A medida ficará em vigor até o dia 9 de outubro.
A ordem executiva veio mais de um mês depois que um adulto foi diagnosticado com a doença em julho, o primeiro depois de aproximadamente uma década.
As amostras contaminadas foram coletadas em abril nos condados de Orange, Rockland e Sullivan; o que indica que o vírus estava presente no estado antes da infecção ocorrida em julho.
O único modo de prevenir a poliomelite é por meio da vacinação, com três doses, que proporciona uma imunidade de quase 100%. A doença não tem cura, podendo causar paralisia em alguns casos.
A declaração de estado de emergência faz com que a vacinação contra o vírus, responsável pela paralisia infantil, possa ser administrada por profissionais de saúde de diferentes categorias. Eles citam, por exemplo, farmacêuticos e parteiras. Dessa forma, o objetivo é fazer com que a cobertura vacinal contra a doença na região seja maior. Além disso, a sinalização permite que autoridades entendam para onde os esforços devem ser direcionados.
Baixa adesão
Em território brasileiro, a imunização contra a pólio também está em pauta. O medo que se instala na comunidade médica é em decorrência da baixa taxa de proteção contra a doença.
A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Multivacinação acabaria na última quinta-feira (8). No entanto, apenas 34,4% das crianças elegíveis – de 1 ano a menores de 5 – receberam as doses previstas contra a enfermidade. Por isso, pais podem continuar levando seus filhos aos postos de saúde para atualizarem a carteirinha de imunização até o dia 30 de setembro.
Até o momento, o Brasil faz parte dos seis países com alto risco de retorno do vírus da paralisia infantil. Ele divide o ranking com Argentina, Bolívia, Equador, Panamá e Paraguai. Como dito anteriormente, isso se dá porque o território brasileiro enfrenta um forte movimento anti-vacina e, como resultado, as taxas de imunização estão cada vez menores.
Claudia Valente, membro do Departamento Científico de Imunização da ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, explicou que 30% das crianças menores de um ano não estão vacinadas contra a poliomielite. Além disso, 40% não receberam o reforço dado no primeiro ano de vida bem como 55% não tiveram a dose adicional dada aos quatro anos.
A ausência da Caderneta de Vacinação não é um impeditivo para se vacinar. O Ministério orienta a quem perdeu o documento procurar o posto de saúde onde as vacinas foram aplicadas para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via.
