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Governadores querem preservar o ministro da Saúde

De acordo com Pazuello, a vacina de Oxford está na etapa de conclusão da fase 3 dos testes. (Foto: Carolina Antunes/PR)

Governadores que estiveram em Brasília (DF) para tratar com a cúpula do Congresso sobre as vacinas contra a covid-19 demonstraram receio de que a boa relação deles com Eduardo Pazuello possa atrapalhar o avanço das conversas em torno da obtenção dos imunizantes. Querem evitar o que chamaram de “efeito Mandetta”: quando o titular da Saúde se sobrepõe ao presidente em alguma negociação ou programa, Jair Bolsonaro costuma entrar em campo para mostrar “quem manda” e desfazer os combinados. Melhor, nesse caso, ficar quietinho.

Por isso, as negociações estão sendo intermediadas por outros atores, como os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Segundo relatos, Alcolumbre contou que, pela manhã, havia tentado convencer Jair Bolsonaro a comprar as vacinas.

Entre governistas do Congresso, porém, ainda há expectativa de uma espécie de “imunidade de rebanho”. Cientistas respeitados, no entanto, alertam para o perigo dessa alternativa: pode custar vidas.

Surge uma ala governista, com cada vez mais adeptos, alegando que as vacinas serão caras e que cada centavo deve ser investido na retomada econômica: não haverá dinheiro para um outro pacote de auxílio emergencial.

Luiz Henrique Mandetta deixou a Saúde, entre outros motivos, porque despertou ciúmes no presidente Bolsonaro.

Covid-19

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, recebeu alta do Hospital das Forças Armadas na tarde de terça-feira (3), após ser internado devido a complicações de covid-19. De acordo com o ministério da Saúde, Pazuello continuará sendo monitorado pela equipe médica em casa, em Brasília. Pazuello fez um novo teste para o novo coronavírus e aguarda o resultado.

Pazuello deu entrada no HFA no último domingo (1º), após dois dias de internação em um hospital particular devido a um quadro de desidratação. O ministro anunciou ter contraído covid-19 no dia 21 de outubro. Desde então, cumpria isolamento no hotel de trânsito dos oficiais no Setor Militar Urbano, em Brasília.

No dia 22, após ser diagnosticado com a doença, o ministro participou de uma live com o presidente Jair Bolsonaro. Abatido, Pazuello afirmou que estava  sendo medicado com cloroquina e outros medicamentos. Na ocasião, o presidente tentava espantar as especulações sobre desconforto entre os dois após desautorizar o ministro a adquirir doses da CoronaVac.

Confira a nota:

“O Ministério da Saúde informa que o ministro, Eduardo Pazuello, recebeu alta do Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, no fim da tarde de terça-feira (3). Pazuello seguirá sendo monitorado pela equipe médica que o acompanha desde o início do tratamento para a Covid-19, em sua residência, na capital federal.

O ministro se submeteu a um novo teste para Covid-19 e aguarda o resultado.”

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu na semana passada a compra da vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, se comprovada sua eficácia. O presidente, por outro lado, disse que o governo não comprará o imunizante, mesmo se ele for registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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