Em entrevista coletiva na noite desse domingo, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), reconheceu a derrota do governo na votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Casa.
“Perdemos porque os golpistas foram mais fortes, comandados por Cunha”, justificou o parlamentar, em referência ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido em dezembro. “Essa é uma agressão à legalidade democrática, mas a luta está apenas começando e a derrota é momentânea. As ruas estão conosco e ainda temos condições de virar esse jogo no Senado.”
Ainda conforme o petista, nesta semana o Palácio do Planalto começará uma batalha prolongada. “O governo reconhece essa derrota provisória porque a guerra não terminou. Os golpistas venceram na Câmara mas a luta continua nas ruas e no Senado, pois eles não têm autoridade moral para falar de ética e corrupção.”
Guimarães não descarta a possibilidade de recorrer da decisão do parlamento, mas não esclareceu os possíveis argumentos por meio dos quais o Planalto procuraria a Justiça. O assunto não foi abordado no pronunciamento do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, após a derrota de Dilma na votação. (AE)