No ofício que enviou nesta semana ao Congresso para revisar a meta fiscal de 2015, o governo pede autorização do Legislativo para que suas contas possam ter um rombo recorde de 117,9 bilhões de reais – valor que considera o abatimento de até 55 bilhões de reais para compensar pedaladas fiscais (pagamentos atrasados a bancos públicos).
Conforme divulgado na terça-feira, a meta fiscal de 2015 foi revisada de novo, passando de um superávit de 8,7 bilhões de reais para um déficit de 51,8 bilhões de reais nas contas do governo. Também já tinha sido divulgada a possibilidade de abater dessa meta fiscal a receita esperada do leilão das hidrelétricas, previsto para novembro, caso ele não venha a acontecer. Isso aumentaria o rombo em 11,1 bilhões de reais. Entretanto, o valor das pedaladas ainda não tinha sido detalhado.
Nessa quinta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, declarou que as pedaladas do últimos anos não superariam a marca dos 50 bilhões de reais. Com isso, o déficit fiscal poderia subir para até 112,8 bilhões de reais. Entretanto, no ofício encaminhado ao Congresso, o governo pede para que o abatimento na meta, das pedaladas fiscais, seja de até 55 bilhões de reais. Assim, caso o TCU (Tribunal de Contas da União) determine que o governo deverá pagar as pedaladas neste ano, e caso o leilão das hidrelétricas não ocorra em 2015, o déficit nas contas poderia atingir a marca recorde de 117,9 bilhões de reais – o equivalente a 2,05% do PIB (Produto Interno Bruto). (AG)