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Governo avalia dar pensão vitalícia para pacientes com microcefalia

Os ministros Osmar Terra e Damares Alves. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse na segunda-feira (20), que o governo estuda transformar o BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoas com microcefalia causada pela epidemia de zika em uma pensão permanente. Segundo o ministro, a questão está sendo discutida no âmbito do Executivo.

O ministro deu a declaração ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, na abertura do seminário “Mães de Crianças com Microcefalia: Entendendo os Desafios e Superando o Preconceito”, na Câmara dos Deputados.

“As mães que têm BPC, se elas arrumam um emprego, elas perdem o BPC porque ele está vinculado a uma faixa de um quarto do salário mínimo per capita de renda mensal. Acima disso, não tem direito ao BPC”, lembrou Terra, em seu discurso.

“Nesse caso específico do zika, das crianças com microcefalia, o governo pode assumir a responsabilidade. Foi uma epidemia que não foi controlada de forma adequada e o governo [pode] de alguma forma assumir a responsabilidade e transformar o BPC numa pensão em que permite que as mães possam trabalhar e ter renda sem perder esse recurso”.

Segundo o ministro, há uma lei em tramitação no Congresso que trata do assunto, mas a edição de uma MP pode tornar o pagamento obrigatório imediatamente. Hoje em dia, as pessoas infectadas pelo vírus podem receber temporariamente o Benefício de Prestação Continuada por, no máximo, três anos.

“Essa lei pode ser tratada de uma forma mais rápida se nós tivermos o apoio do presidente da República e do governo. De repente, transformá-la até numa forma de medida provisória, uma coisa que nós estamos discutindo internamente agora no governo”, disse.

Terra disse ainda que o governo pode assumir a responsabilidade sobre esses casos porque eles foram causados por uma epidemia que, de acordo com ele, não foi controlada de forma adequada pelo poder público.

Segundo Terra, o Brasil teve 3.332 casos confirmados de microcefalia de 2015 a 2018, concentrados principalmente no Nordeste.

Novo momento

Segundo a ministra Damares Alves, o Brasil vive um novo momento para as crianças com microcefalia. “O governo vem abraçando essas crianças com políticas públicas novas, atendimento novo, especialmente a criação de mais casas dia para crianças no Brasil inteiro”.

Segundo o governo, existem atualmente sete centros dia no país e mais quatro em construção. O objetivo é oferecer atendimento integrado de assistência social, saúde e educação às pessoas com alguma deficiência e apoio a seus familiares

A primeira-dama Michelle disse que defende a luta “contra o preconceito” a quem tem microcefalia. “Mães aqui presentes, vocês têm a minha admiração e o meu respeito. Faço da sua a minha luta”, disse.

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