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Governo começa a monitorar empresas multinacionais brasileiras para evitar corrupção no exterior

Controladoria-Geral da União coleta dados com EUA, disse Valdir Simão.

Instigado por um grande escândalo de corrupção, o Brasil começou a vigiar suas empresas multinacionais por práticas corruptas que possam adotar em outros países, disse o ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Valdir Simão. Seis anos depois de incentivar conglomerados nacionais a se aventurarem no exterior, aproveitando o crédito barato e regulamentação mais branda, o governo está agora agindo para assegurar que essas empresas cumpram com os padrões internacionais de transparência e governança corporativa.
Conforme Simão, a CGU começou a coletar informações sobre as operações no exterior das empresas brasileiras e está conversando com autoridades dos Estados Unidos visando estabelecer um acordo de cooperação de combate à corrupção corporativa.
“Estamos elaborando um mapa de risco para identificar aonde estão presentes as empresas brasileiras, em que mercados, que atividade econômica e com que intensidade, quais são as áreas de maior risco, e definir prioridades para acordos bilaterais”, explicou Simão.
As autoridades brasileiras já trocaram informação com o Departamento de Justiça dos EUA e a Securities and Exchange Comission, órgão regulador do mercado norte-americano, sobre a investigação de corrupção envolvendo a Petrobras. As empresas brasileiras se expandiram rapidamente no exterior nos últimos anos, comprando competidores estrangeiros nos setores de carne, cerveja e mineração, movidas por um período de forte expansão no País e juros baixos nos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

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