O ministro da Justiça, André Mendonça, nomeou nesta quarta-feira (13) Carlos Henrique Oliveira novo diretor-executivo da PF (Polícia Federal), que é considerado o cargo número dois na corporação. Ele irá ocupar o lugar do delegado Disney Rosseti, que foi exonerado e ocupava a função desde de janeiro de 2019. A troca foi publicada no Diário Oficial da União.
Carlos Henrique Oliveira comandava a chefia da Superintendência do Rio de Janeiro. Seu substituto no RJ não foi oficialmente divulgado, embora o delegado Tácio Muzzi já tenha sido escolhido para exercer a função – ainda não foi nomeado.
Ao sair da Superintendência e assumir a Diretoria-Executiva da PF, Carlos Oliveira deixa a linha de frente das investigações. O diretor-executivo cuida de questões administrativas da PF e de áreas como: imigração, estrangeiros, registro de armas, controle de produção de substâncias químicas, portos e aeroportos.
A Superintendência do Rio está no centro das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, estaria tentando interferir politicamente na PF. Um inquérito foi aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar as acusações feitas por Moro de que Bolsonaro queria interferir politicamente na PF.
Em depoimento à PF no último sábado (02), Moro disse que, em fevereiro, Bolsonaro afirmou, por mensagem de celular, que queria indicar um novo superintendente para a PF no RJ, estado no qual o presidente e seus filhos construíram carreira política. O ex-ministro disse que o presidente afirmou a ele: “Você tem 27 superintendências, eu quero apenas uma”.
Questionado sobre o tema nesta terça (12), Bolsonaro afirmou: “Eu falo em Rio de Janeiro, é o meu estado. É onde tenho um filho lá. Todos os meus filhos têm segurança do GSI. Todos, sem exceção”. O Gabinete de Segurança Institucional, com status de ministério, é vinculado à Presidência da República. A PF, por sua vez, é vinculada ao Ministério da Justiça.
No dia 5 de maio, Bolsonaro informou que Carlos Oliveira foi convidado por Rolando de Souza, diretor-geral da PF, a assumir o cargo considerado o segundo mais importante da PF.
Souza foi nomeado e empossado número 1 da PF no início de maio. Ele assumiu o cargo após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspender a nomeação de Alexandre Ramagem, considerado amigo dos filhos do presidente e atual chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
Rolando de Souza já realizou cinco trocas em superintendências da corporação nos estados desde que assumiu o cargo. As mudanças atingem: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraíba e Tocantins.