A França provavelmente terá uma quarta onda do vírus da Covid-19 devido ao ressurgimento de casos provocados pela variante Delta, encontrada primeiramente na Índia, disse o professor Jean-François Delfraissy, principal conselheiro científico do governo.
Apesar disso, Delfraissy acrescentou nesta quarta-feira (30) que a distribuição de vacinas contra Covid ajudará a mitigar o efeito desta nova onda do vírus, que muitos especialistas médicos creem que atingirá a França até setembro ou outubro.
“Acho que teremos uma quarta onda, mas será muito mais moderada do que as três ondas anteriores porque o nível de vacinações é diferente quando comparado com antes”, disse Delfraissy à rádio France Info.
O epidemiologista francês Arnaud Fontanet, que também aconselha o governo em questões científicas, disse à BFM TV nesta quarta-feira que acredita que o número de infecções de Covid-19 voltará a aumentar no país em setembro ou outubro.
O ministro da Saúde francês, Olivier Verán, disse mais cedo nesta semana que a variante Delta, cuja proliferação mundial rápida leva alguns países a readotarem algumas restrições às viagens, responde agora por cerca de 20% dos casos novos da França.
Lockdown
A França iniciou nesta quarta a última etapa de flexibilização das medidas do lockdown que esteve em vigor no país desde o ano passado. Mas, diante do rápido aumento das contaminações pela variante delta em Landes, no sudoeste do país, a reabertura da região foi adiada para o dia 6 de julho.
A principal novidade é a exigência do atestado de vacinação contra a covid-19 para participar de eventos culturais ou esportivos ao ar livre ou espaços fechados que reúnam mais de mil pessoas.
A flexibilização no país se tornou possível graças à rápida queda nas contaminações. O número de pacientes hospitalizados voltou a cair na terça-feira (29), com 8.627 pessoas internadas – 1.250 nas unidades de terapia intensiva. O país registrou apenas 2.314 novas infecções nesta terça-feira – em abril esse número ultrapassou 35 mil por dia. A média, desde o início de junho, vem sendo de 1.800 infecções por dia.
A preocupação agora gira em torno da expansão da variante delta, que predomina na região de Landes, no sudoeste do país. Por conta disso, a região manterá algumas restrições, contrariamente ao restante da França, anunciou a representante da região, Cécile BigotDekeyzer. Restaurantes e lojas continuarão a receber 50% dos clientes, grupos de no máximo dez pessoas vão poder se reunir nas ruas e cinemas e salas de espetáculo receberão apenas 65% dos espectadores.
