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Governo entra em campo para barrar tentativa da CPMI do INSS de convocar Jorge Messias

Jorge Messias foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar cargo de ministro do Supremo. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Em meio ao risco real de o nome do advogado-geral da União (AGU) Jorge Messias ser rejeitado para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e a base governista no Congresso montaram uma estratégia para evitar impor um novo desgaste ao aspirante a sucessor de Luís Roberto Barroso e trabalha para barrar a todo custo propostas que busquem convocar o auxiliar de Lula a prestar depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que investiga a atuação de uma quadrilha que desviou bilhões de reais a partir de um esquema de descontos ilegais de vencimentos de aposentados e pensionistas.

Na tentativa de impor um novo revés ao Palácio do Planalto, parlamentares de oposição dizem que Messias pode ter blindado o sindicato ao não pedir o bloqueio de recursos da instituição, como fez em outros casos, o que o AGU nega. Eles se baseiam, entre outros pontos, na informação de que procuradores federais avisaram à Advocacia-Geral em 2024 que havia um acúmulo de reclamações sobre descontos irregulares em aposentadorias.

No documento havia menção explícita ao Sindinapi, cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula. Em maio deste ano, no ‘Bom Dia, Ministro’, em novo embate contra a CPI, o candidato ao STF havia dito que a comissão de inquérito poderia atrapalhar o ressarcimento das vítimas de descontos associativos ilegais.

Na última quinta-feira, o colegiado adiou a votação de um requerimento que buscava a convocação de Messias, mas não desistiu de tentar constranger o supremável. O pedido de convocação deverá ser apreciado na próxima quinta-feira (4), a pretexto de ele explicar a atuação da Advocacia-Geral da União na apuração sobre o esquema de descontos indevidos. Segundo interlocutores de Messias, a ameaça mantém o governo de guarda erguida contra a ofensiva dos parlamentares.

Apoio

O que Jorge Messias pretende dizer aos senadores em busca de apoios para o STF? Para além da CPI, Jorge Messias rascunhou um protótipo de discurso para os senadores dispostos a ouvi-lo. Na rodada de conversas com parlamentares, pretende deixar claras críticas contra o que considera ativismo do STF, se portar contra qualquer ampliação, via Judiciário, de hipóteses de aborto, defender uma harmonia necessária com o Congresso e garantir que, se aprovado, não será caixa de ressonância do petismo na Corte. Em uma crise política que aparentemente transcende a indicação para ministro do Supremo, não há sinais de que juras de fidalguia e independência sejam suficientes para um armistício. As informações são da revista Veja.

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