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Governo federal tem déficit fiscal inédito no semestre

Secretário do Tesouro, Marcelo Saintive. (Foto: Reprodução)

O governo federal acumulou um déficit primário de 1,598 bilhão de reais no primeiro semestre do ano. Foi o primeiro saldo negativo nas contas da União para o período desde pelo menos 1997, quando começa a série do Tesouro Nacional.

Apenas em junho, as contas tiveram um rombo de 8,206 bilhões de reais, informou a pasta nessa quinta-feira. “O resultado ainda se mostra bastante negativo, por isso o governo está tomando as medidas que considera necessárias”, afirmou o secretário do Tesouro, Marcelo Saintive, sobre o corte de 8,6 bilhões de reais em despesas orçamentárias.

No mês de junho, a arrecadação da Receita Federal sofreu uma queda real (descontada a inflação) de 2,44% na comparação com o mesmo período do ano passado. No semestre, quando incluídas outras receitas, como a de concessões e de dividendos das estatais, a redução foi de 3,3%. As despesas, por outro lado, aumentaram 0,5% no período, com destaque para a alta de 3,8% dos gastos com o pagamento de benefícios da Previdência.

No primeiro semestre de 2014, o governo registrou um superávit de 17,355 bilhões de reais. O governo federal tem como meta economizar 5,831 bilhões de reais este ano para o pagamento de juros da dívida. Considerando também os resultados dos Estados e municípios, o objetivo é obter um saldo positivo equivalente a 0,15% do PIB (Produto Interno Bruto).

A meta, no entanto, prevê uma cláusula de abatimento caso algumas projeções de arrecadação não se confirmem. Historicamente, os meses de junho a agosto são de resultados menos expressivos e que o saldo acumulado até o momento não indica que a meta de 0,15% do PIB não será atingida, de acordo com Saintive.

Dívida

O aumento na taxa de juros anunciado pelo Banco Central na quarta-feira não afeta de forma expressiva a trajetória estimada pelo governo para a dívida pública, disse Saintive. A previsão oficial é que, com a taxa Selic 14% no final deste ano, a dívida pública fecha dezembro em 65,7% do PIB, sofre uma nova alta em 2016 e passa a recuar a partir de 2017.

A Selic, no entanto, já foi elevada para 14,25%. “Uma queda incipiente [da dívida] vai começar em 2017 independentemente do aumento de ontem”, afirmou Saintive. (Isabel Versiani/Folhapress)

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