As contas do governo ficaram no azul em janeiro deste ano depois de oito meses seguidos de resultados negativos. Segundo o Tesouro, as receitas superaram as despesas em 14,8 bilhões de reais no mês passado. Deste valor, 11 bilhões de reais se referem ao pagamento pela concessão de 29 usinas hidrelétricas, leiloadas em novembro de 2015.
Contribuiu ainda para o resultado positivo a queda no repasse de recursos para Estados e municípios e o corte nas despesas dos ministérios, ambos cerca de 20% abaixo do verificado em janeiro de 2015. Com esses dois itens, o governo poupou 11 bilhões de reais em relação ao mesmo período do ano passado.
O superávit de janeiro representou crescimento de 29% sobre a mesma época de 2015, considerando dados atualizados pela inflação. A receita líquida avançou 6,3%, acima do crescimento de 3,8% nas despesas.
Sazonalmente, janeiro é favorável para as contas do governo. Só houve déficit em 1997, primeiro mês da série histórica do Tesouro. Por isso, o dado não significa que o Executivo conseguirá terminar 2016 com superávit. No acumulado de 12 meses, os gastos superam as receitas em 113,9 bilhões de reais, ou -1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).
Nas despesas, se destacou o gasto extra de 11 bilhões de reais em subsídios. A maior parte se refere ao PSI (Programa de Sustentação do Investimento), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a programas agrícolas. Em janeiro de 2015, o governo ainda estava pedalando as despesas. A partir deste ano, pagará em dia os valores devidos. (AG)
