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Governo finaliza medidas de crédito, com expectativa de reduzir juros para as famílias

Ministro sinalizou inicialmente que entregaria estudos em até 15 dias, mas Fazenda deve apresentar os cenários ainda nesta semana (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O ministério da Fazenda confirmou nesta quarta-feira (19) que o governo está preparando o anúncio das primeiras medidas do chamado “pacote de crédito”, tendo como um dos focos a redução de juros para bons pagadores e aliviar o custo de crédito para famílias que usam com frequência a modalidade do rotativo, por exemplo.

O secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, está finalizando as propostas, segundo a pasta. Ainda não há confirmação da data para anúncio oficial. Internamente, há expectativas para que as primeiras medidas sejam divulgadas esta semana.

“Vamos começar a anunciar [as medidas de crédito]”, disse o ministro Fernando Haddad, em rápida conversa com jornalistas no prédio da Fazenda. Ainda não há data fechada.

Fernando Haddad também afirmou nesta quarta-feira que o Desenrola, aposta do governo para reduzir o endividamento das famílias, encontra entraves “operacionais”. Uma das bandeiras da campanha presidencial, o programa vai tratar da renegociação de dívidas por pessoas físicas, com foco em quem recebe até R$ 5 mil.

Haddad argumenta que a principal barreira atualmente é finalizar a plataforma que está sendo desenvolvida, e que vai intermediar as negociações entre credores e devedores.

Para isso, o governo precisa do apoio dos chamados “birôs de crédito”, como Serasa e SPC, que concentram os dados dos CPFs negativados no setor privado.

“O nosso problema é operacional, é o software para gerenciar o programa. Não é dívida nossa [dívidas de pessoas com serviços públicos], é do setor privado [dívidas de consumidores]”, diz Haddad.

Anteriormente, o ministro já havia mencionado que o objetivo do governo é garantir o maior “desconto possível” ao devedor na hora de renegociar as dívidas. Os detalhes do programa ainda serão anunciados pela Fazenda, após a finalização. O desenho do Desenrola, contudo, já teve o aval do presidente Lula, segundo a pasta.

Causas dos juros

Em outra frente, os bancos entregarão um cronograma de estudos ao governo e ao Banco Central (BC) sobre as causas dos juros altos no rotativo do cartão de crédito, disse na segunda-feira (17) o ministro Fernando Haddad. Ele reuniu-se com representantes de instituições financeiras para discutir uma solução para as taxas dessa modalidade, que estão em 417,4% ao ano, segundo o BC.

Segundo Haddad, o primeiro encontro, que durou cerca de uma hora, serviu apenas para traçar um diagnóstico do setor. O ministro prometeu apresentar um estudo em breve e o envolvimento do BC nas discussões.

“Estávamos com quatro ou cinco CEOs [presidentes-executivos] de bancos aqui, não só a Febraban [Federação Brasileira de Bancos]. Vamos envolver o Banco Central nas discussões. Eles vão entregar um cronograma de apresentação de um estudo [para os juros do rotativo]. Eu pedi celeridade, eles pediram para envolver o BC porque tem a regulamentação do produto”, afirmou Haddad após a reunião no Ministério da Fazenda. As informações são do jornal O Globo e da Agência Brasil.

 

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