O governo do Estado divulgou nesta sexta-feira, na sede da Secretaria da Fazenda, o parcelamento dos salários de julho dos servidores estaduais do Rio Grande do Sul. Só receberam os vencimentos integrais os funcionários que recebem até 2.150 reais. Para os cerca de 168 mil servidores (48% dos 350 mil) que recebem acima desse valor, o salário será pago em mais duas parcelas: 1 mil reais até 13 de agosto e o restante até 25 de agosto.
A terceira parcela será depositada com quase um mês de atraso, seis dias antes da data de pagamento do salário de agosto, que também deverá ser parcelado. O parcelamento afeta apenas os funcionários do Executivo – os do Legislativo e do Judiciário não foram afetados pela medida.
Conforme o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, o Estado vem buscando soluções mês a mês para o enfrentamento da crise nas contas públicas, que se agravou em julho.
O titular da Fazenda admitiu que o Estado não deverá quitar o pagamento da dívida com a União. Nos dois últimos meses, o governo gaúcho atrasou o pagamento, mas honrou o compromisso. “Pode ocorrer que, nos próximos meses, não conseguiremos pagar a dívida para União”, ressaltou.
Com o calote, a União pode bloquear repasses financeiros ao RS. “Torcemos para que não haja bloqueios, mas é muito provável que possa ocorrer”, afirmou.
Conforme Feltes, para pagar a folha de julho faltaram 360 milhões de reais. Ele informou que foi preciso sacar 200 milhões de reais dos fundos destinados a depósitos judiciais. Ele sustenta que a situação foi agravada por conta da queda da arrecadação estadual e da redução das transferências da União. Não é chororô, é falta de dinheiro“, disse Feltes.
O governador José Ivo Sartori não participou do anúncio do parcelamento dos salários. Sartori se manifestou por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais. Ele disse que “com grande esforço” o salário de mais da metade dos servidores foi pago integralmente e pediu “união e solidariedade”.