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Gráfica que recebeu 6 milhões de reais do PT desperta suspeita da Justiça Eleitoral

Funcionários do TSE que examinaram as contas da campanha de Dilma descobriram a situação da gráfica ao cruzar as informações da empresa com o banco de dados do Ministério do Trabalho (Foto: Alex Silva/AE)

A campanha da presidenta Dilma Rousseff à reeleição pagou 6,15 milhões de reais a uma gráfica que não tem nenhum funcionário registrado e cujos documentos apontam como presidente o motorista Vivaldo Dias da Silva, que em 2013 recebia 1.490 reais. A Rede Seg Gráfica e Editora, de São Paulo, aparece como a oitava fornecedora que mais recebeu dinheiro da campanha presidencial petista no ano passado, de acordo com os registros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Funcionários do TSE que examinaram as contas da campanha de Dilma descobriram a situação da gráfica ao cruzar as informações da empresa com o banco de dados do Ministério do Trabalho. A descoberta fez surgir a suspeita de que a gráfica não tinha a estrutura necessária para prestar os serviços pelos quais foi remunerada pelo PT.

Algumas das notas da gráfica entregues pelo partido ao TSE trazem a afirmação de que a empresa produziu folders para a campanha eleitoral. As contas da presidenta foram aprovadas em dezembro por unanimidade pela Justiça Eleitoral, mas com ressalvas. Por isso, o tribunal continuou analisando os casos que provocaram as ressalvas.

Não é a primeira vez que vem à tona que uma empresa contratada pela campanha de Dilma em 2014 tem como dono, nos documentos oficiais, um motorista. O jornal Folha de S.Paulo revelou, em dezembro de 2014, que a Focal Comunicação, a segunda que mais faturou na campanha presidencial de Dilma (24 milhões de reais), também tinha um motorista (salário de cerca de 2 mil reais até 2013) como sócio. A Focal só ficou atrás da empresa do marqueteiro João Santana, destinatária de um montante de 70 milhões de reais.

O empresário Carlos Cortegoso admitiu na época que era o verdadeiro dono da Focal, tendo justificado o registro em nome do motorista como fruto de uma inclinação sua de dar chances para seus empregados progredirem. A Justiça Eleitoral pediu à Polícia Federal apuração sobre a Focal e outra gráfica, a VTBP, que ganhou 23 milhões de reais da campanha. O TSE agora poderá enviar novo ofício à Polícia Federal pedindo que investigue também a Rede Seg. (Folhapress) 

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