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A grande maioria dos brasileiros da Região Sul do País acredita que o alto preço dos cigarros incentiva o crescimento do contrabando

A Região Sul concentra o maior grupo de produtores de tabaco do Brasil e faz fronteira com o Paraguai, país responsável pela produção de praticamente todos os cigarros contrabandeados. (Foto: Reprodução)

Uma pesquisa encomendada pelo FNCP (Fórum Nacional Contra Pirataria) e realizada pelo DataPoder360 em novembro aponta que a grande maioria dos brasileiros da Região Sul do País, 64%, acredita que o alto preço dos cigarros incentiva o crescimento do contrabando.

A Região Sul concentra o maior grupo de produtores de tabaco do Brasil e faz fronteira com o Paraguai, país responsável pela produção de praticamente todos os cigarros contrabandeados que são vendidos ilegalmente no mercado brasileiro.

“Quando aumentamos os impostos dos produtos brasileiros acabamos por estimular o contrabando, inviabilizando o crescimento da indústria nacional e a geração de empregos”, afirma Edson Vismona, presidente do FNCP. Ele explica que, no caso específico dos cigarros, 48% dos produtos comercializados no país são ilegais, segundo dados recentes do Ibope.

Vismona esclarece que, ao comprar um maço de cigarro no Paraguai, o consumidor paga bem menos do que em território brasileiro. O imposto dos produtos populares no Brasil, dependendo do Estado, pode chegar a 80% do preço contra apenas 16% no Paraguai. “Com isso, os produtos comercializados ilegalmente no Brasil são significativamente mais baratos, o que os torna mais atrativos ao consumidor”, afirma. “O que precisamos não é aumentar impostos e sim a fiscalização por parte das autoridades para combater o crescimento deste mercado ilegal”, completa.

Do total de entrevistados na região, 62% acredita também que estes produtos ilegais são menos seguros que os produtos legais. A maioria das pessoas, 60%, avalia que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não está cumprimento de forma correta seu papel fiscalizador. Para 78% delas, faz parte das competências da agência reguladora combater o comércio de cigarros falsificados.

Dados nacionais

Se levarmos em consideração o total de entrevistas realizadas em todo o País, 68% das pessoas acredita que a alta carga tributária é um dos incentivadores do contrabando no Brasil. Sobre a qualidade desses cigarros ilegais, a pesquisa perguntou se as pessoas já tinham ouvido falar que estes produtos podem conter substâncias perigosas à saúde, como chumbo, metais pesados e até pelos de ratos. A maioria dos entrevistados, 52%, afirmou conhecer estes riscos.

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