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Greve de funcionários da Lufthansa afeta 113 mil passageiros

(Foto: Federico Gambarini/Efe)

Cerca de 113 mil passageiros da Lufthansa enfrentam cancelamentos em voos domésticos e internacionais nessa segunda-feira, em razão de uma greve, nos aeroportos de Munique, Frankfurt e Dusseldorf. As equipes protestam contra um corte de custos na empresa.

As interrupções nas viagens devem acontecer ao longo de toda a semana, evidenciando a pressão sobre as companhias aéreas europeias na competição com as empresas ricas do Golfo em voos longos e com as marcas de baixo orçamento em rotas regionais.

O sindicato dos aeronautas afirma que fará uma rotação de greves em diferentes aeroportos para pressionar pelas demandas por pagamentos de aposentadoria antecipada.

A organização pediu que todos os seus membros deixassem seus postos de trabalho das 4h30 da manhã às 11 da noite em Frankfurt e Dusseldorf e até a meia-noite em Munique. A greve começou na sexta, com uma pausa no domingo.

A Lufthansa informou que 929 voos foram cancelados, de um total de 3.000 conexões planejadas. O aeroporto de Frankfurt estava hoje menos cheio do que o normal para uma manhã de segunda, já que muitos dos que tiveram seus voos cancelados não chegaram a ir ao aeroporto.

O sindicato quer garantir pagamentos de transição seguros para 19 mil dos tripulantes caso eles se aposentem antecipadamente, de acordo com os termos de uma disputa contratual com a Lufthansa, que tenta cortar custos. A greve não afeta as subsidiárias da empresa, como Eurowings, Germanwings, Swiss e Austrian Airlines.

A Lufthansa, que também teve mais de uma dúzia de greve de pilotos ao longo dos últimos 18 meses, tenta diminuir custos para competir com empresas de baixo orçamento, como a Ryanair, em rotas europeias. Em seus negócios de longo prazo, a empresa sofre pressão de empresas como a Emirates, a Ethihad Airlines e a Qatar Airways. Depois de desativar algumas rotas no Sudeste Asiático, onde compete com as linhas aéreas do Golfo, a empresa alemã alega concorrência desleal, já que estas companhias recebem financiamento de seus governos.

A companhia aérea alemã não está sozinha nesta competição. A Air France-KLM também procura reduzir custos e sofreu problemas com seus trabalhadores, com ativistas sindicais invadindo uma reunião e rasgando as camisas de dois gerentes.

Com a ajuda dos preços mais baixos dos combustíveis, o lucro líquido pulou para 794 milhões de euros contra 561 no mesmo quadrimestre do ano passado, um aumento de 42%.

Isso ajudou a azedar o clima entre os representantes dos trabalhadores, que dizem que as companhias aéreas têm dinheiro para atender aos seus pedidos. A empresa afirma que não pode contar com fatores temporários, como o preço do petróleo, e que vai continuar a pressão por custos mais competitivos.

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