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A greve dos trabalhadores de ônibus em Canoas completa uma semana

A situação está normalizada. Os manifestantes cobram valores do acordo coletivo. (Foto: Divulgação)

Ainda sem previsão de encerramento, a greve dos trabalhadores da Sogal (Sociedade de Ônibus Gaúcha) completa uma semana nesta terça-feira (29), em Canoas, cidade que depois de Porto Alegre é a mais populosa da Região Metropolitana. A falta de um acordo entre a categoria e a empresa tem deixado boa parte dos passageiros locais sem transporte público.

A paralisação começou na forma de “operação-tartaruga”, após uma assembleia-geral no dia 19, e acabou evoluindo para uma paralisação total. Foi a forma escolhida pelos empregados para protestar contra a proposta patronal de parcelar perdas salariais.

Eles também reclamam de atrasos e não recebimento de valores referentes ao décimo-terceiro salário, horas-extras e benefícios como vale-alimentação. As rodadas de negociação não surtiu efeito, apesar da intermediação da prefeitura nas tratativas.

A categoria não aceitarou uma proposta – já apresentada anteriormente – de quitação de 1/4 do décimo-terceiro e 39% do valor do vale-alimentação, conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Canoas (Sitrocan).

Segundo a administração municipal, os efeitos do cruzar de braços tendem a ser menos sentidos pela população em geral, nesta época do ano, em meio à redução do movimento por causa das festas de fim de ano, quando muitos trabalhadores recebem folga, iniciam férias ou viajam para outras cidades.

Por medida de precaução, entretanto, a Viação Canoense S.A. (Vicasa) colocou mais ônibus e viagens para amenizar o impacto da greve. Isso não impediu que passageiros enfrentassem atrasos e outros transtornos.

A direção da Sogal declarou, na semana passada, por meio de nota à imprensa: “Estamos buscando, emergencialmente, uma mediação junto ao Ministério Público do Trabalho, na intenção de chegarmos a algum acordo. Esta situação só reflete a dificuldade que enfrenta o transporte coletivo do Brasil inteiro, com exceção das cidades que possuem algum tipo de subsídio pelo poder público”.

Prejuízo

Desde o início da pandemia, o sistema de transporte coletivo de Canoas já enfrenta um prejuízo de pelo menos R$ 15 milhões, resultado da perda de passageiros. O principal motivo seriam as restrições às atividades sociais e econômicas, impostas pelas medidas de combate ao coronavírus, além da concorrência com aplicativos de transporte particular.

Essa “batata quente” será herdada pelo futuro prefeito, Jairo Jorge (PSD), que assume o cargo nesta sexta-feira (1º).

Na última quarta (23), a Sogal informou aos trabalhadores que não teria dinheiro para efetuar os pagamentos. O atual mandatário, Luiz Carlos Busato, chegou a participar pessoalmente de algumas das tratativas com representantes dos rodoviários, sem êxito.

(Marcello Campos)

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