O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, desconversou, no começo da tarde deste sábado (22), sobre a possibilidade de estar procurando outros partidos para conversar a respeito do segundo turno.
“No segundo turno é outra conversa”, afirmou Haddad, em agenda pública na capital de Pernambuco, Recife. “Vamos tratar do primeiro turno primeiro. Tem 15 dias ainda, é muito tempo.”
O candidato do PT afirmou também que não leu a carta em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pede a união do centro contra extremismo, mas que, pelo que se informou por meio da imprensa, ela é uma manifestação de apoio de FHC ao candidato tucano.
“Acredito que é um gesto de apoio ao seu candidato, ponto, e é natural, ponto. O Fernando Henrique tem uma ligação muito grande com o Geraldo. As mesmas ideias, o mesmo estilo”, disse.
PSDB
Na última semana o candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, sinalizou com a possibilidade de diálogo com o PSDB depois das eleições 2018. “A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições”, afirmou o petista.
Ele referia-se à entrevista concedida ao Estado, publicada recentemente, em que o senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB e presidente do Instituto Teotônio Vilela, avaliou a trajetória do PSDB nos últimos anos. “O partido cometeu um conjunto de erros memoráveis. O primeiro foi questionar o resultado eleitoral (…) O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer”, disse.
Durante entrevista ao Jornal Nacional no dia 14, Haddad também se referiu à entrevista do ex-presidente do PSDB ao “Estado” na qual o tucano diz que o partido errou ao votar “contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT.”
Em resposta, Jereissati criticou o uso de suas declarações. “Haddad usou uma reflexão honesta para fazer proselitismo político”, disse Tasso.
Indulto para Lula
O governador mineiro e candidato à reeleição Fernando Pimentel (PT) afirmou a líderes políticos e simpatizantes que tinha certeza de que, se eleito presidente da República, Haddad iria assinar em seu primeiro dia de governo um indulto para o ex-presidente Lula, condenado e preso na Operação Lava-Jato. Questionado sobre essa possibilidade, o candidato do PT à Presidência inicialmente desconversou, mas, depois, negou. Questionado, respondeu que essa é sua palavra final. O petista relatou que recebeu uma carta do ex-presidente na qual ele se diz “indignado” com o assunto ter voltado à tona.
Venezuela
Em entrevista ao Jornal da Globo, na última quinta-feira, Haddad contrariou um posicionamento do PT ao falar que a Venezuela não vive um processo de normalidade e que o clima no país vizinho é de “conflagração”. Na última eleição de Nicolás Maduro, a direção nacional do PT chegou a dizer que o processo era um “exemplo de democracia”. “A Venezuela não vive um processo de normalidade”, comentou o presidenciável. “O clima ali é de conflagração. Inequívoco isso.”